A advogada criminalista Lalesca Moreira, de Salvador, tem enfrentado comentários preconceituosos devido às vestimentas que utiliza durante audiências e julgamentos. Adepta do Candomblé, ela veste branco e cobre a cabeça com um Ojá, além de usar outros itens religiosos que fazem parte de seu período de iniciação.
Nas redes sociais, Lalesca compartilhou ataques que recebeu, incluindo frases pejorativas sobre sua aparência, como “Baiana do acarajé” e “lençol na cabeça”. No entanto, ela reforça que essas vestes são indispensáveis durante o processo de “fazer santo”, um rito dentro da tradição de sua casa de Candomblé de Angola.

Lalesca Moreira advogada criminalista / Foto: Rede Social
Segundo a advogada, a legislação garante o direito de uso de vestimentas religiosas em qualquer ambiente, inclusive nos espaços jurídicos. Apesar disso, já passou por questionamentos em delegacias, onde chegaram a duvidar de sua profissão.
Para Lalesca, a intolerância religiosa contra crenças de matriz africana ainda é recorrente no Brasil, refletindo um preconceito enraizado na sociedade. Mesmo enfrentando possíveis perdas de oportunidades profissionais, ela afirma que não abrirá mão de sua identidade.
Após a conclusão do período de iniciação, previsto para julho, ela continuará utilizando seus adereços religiosos, especialmente às sextas-feiras, em respeito a Oxalá. Além disso, reforça a importância de denunciar casos de intolerância, lembrando que as delegacias do país estão preparadas para registrar ocorrências desse tipo.