Patente da Ufac revoluciona a produção de nibs de cupuaçu com método sustentável

O trabalho foi realizado por professores, alunos da Ufac e técnicos da Cooperativa Reca

A Universidade Federal do Acre (Ufac) obteve o registro da patente para um inovador método de separação dos nibs e tegumentos das amêndoas fermentadas e secas de cupuaçu (Theobroma grandiflorum). O processo, desenvolvido em colaboração com a Cooperativa Reca, oferece uma solução eficiente e de baixo custo para a produção dos nibs de cupuaçu, um produto alimentício de alto valor agregado utilizado na fabricação de cupulate, análogo ao chocolate.

A nova patente

O trabalho foi realizado por professores, alunos da Ufac e técnicos da Cooperativa Reca, que, em conjunto com agricultores da região, vêm se destacando na promoção da agricultura familiar. Além do impacto econômico, a inovação promete agregar valor à produção local e impulsionar práticas sustentáveis no setor.

O método patenteado utiliza uma combinação de técnicas para separar os nibs e os tegumentos das amêndoas fermentadas de cupuaçu. O processo envolve a torração das amêndoas em forno não rotativo a 130°C, seguida de trituração mecânica e peneiração em malhas distintas. A grande inovação está na aplicação do método de floculação em água, que permite uma separação mais eficiente e com menores custos, resultando em alto rendimento e qualidade no produto final.

De acordo com o professor Eduardo Pacca Luna Mattar, do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza (CCBN), a remoção do tegumento das amêndoas de cupuaçu sempre representou um desafio significativo para a cadeia produtiva.

“Ao contrário do cacau, esse processo no cupuaçu é mais complexo. Nossa patente cria um método acessível e eficiente para separar os nibs, tornando a produção mais viável”, afirmou Mattar.

O pedido de patente foi depositado em 1º de agosto de 2023 e publicado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 4 de fevereiro de 2025. A iniciativa teve apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do Edital nº 01/2020 do Programa de Residência Profissional Agrícola.

A gestão do processo de patente foi realizada pelo Núcleo de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia (NGCTEC), vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), que ofereceu suporte durante os trâmites junto ao INPI. “Levamos a ideia ao NGCTEC e recebemos todo o suporte necessário para concluir o processo junto ao INPI”, explicou Mattar.

PUBLICIDADE