O Ministério da Saúde deu início ao processo para incorporar a vacina contra a herpes-zóster ao Sistema Único de Saúde (SUS), com previsão de conclusão em 2026. Segundo a pasta, a solicitação de avaliação foi enviada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que analisa a viabilidade técnica e econômica da medida.
A expectativa é que, com a aprovação, o imunizante seja ofertado gratuitamente na rede pública. Atualmente, a imunização está disponível apenas na rede privada, podendo custar até R$ 2 mil pelas duas doses, o que dificulta o acesso da população.
” Pode ter certeza: é uma prioridade nossa, enquanto ministro da Saúde, que essa vacina possa estar no SUS e que a gente possa fazer grandes campanhas de vacinação para as pessoas que têm indicação para receber essa vacina.” / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
“A incorporação de uma nova vacina ao SUS envolve diversas etapas, como a identificação da demanda, análise técnico-científica, avaliação de viabilidade e pactuação entre as três esferas de gestão: União, estados e municípios”, destacou o ministério em nota.
A importância da inclusão da vacina no calendário do SUS foi reforçada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que tratou do tema durante reunião com a deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO), internada em março após ser diagnosticada com a doença. Em vídeo publicado nas redes sociais, Padilha afirmou: “É uma vacina de boa qualidade, mas é muito difícil as pessoas terem acesso. Muita gente não sabe da existência dela. Pode ter certeza: é uma prioridade nossa, enquanto ministro da Saúde, que essa vacina possa estar no SUS e que a gente possa fazer grandes campanhas de vacinação para as pessoas que têm indicação para receber essa vacina.”
O que é herpes-zóster?
Conhecida popularmente como cobreiro, a herpes-zóster é provocada pela reativação do vírus varicela-zoster (VVZ), o mesmo causador da catapora. O vírus pode permanecer adormecido por anos no organismo e se manifestar, especialmente, em pessoas com baixa imunidade, idosos, pacientes com doenças crônicas como diabetes e hipertensão, portadores de HIV, transplantados e pessoas em tratamento contra o câncer.
Conhecida popularmente como cobreiro, a herpes-zóster é provocada pela reativação do vírus varicela-zoster (VVZ), o mesmo causador da catapora / Foto: Reprodução
De maneira menos frequente, a doença também pode surgir após contato com pessoas infectadas por varicela ou mesmo por outro caso de zóster, o que indica a possibilidade de reinfecção, inclusive em indivíduos já imunizados.
Sintomas e complicações
O quadro clínico inclui dores nos nervos, formigamento, coceira, febre, dor de cabeça e mal-estar, que geralmente antecedem as lesões na pele. Em alguns casos, a doença pode evoluir para complicações graves, como ataxia cerebelar aguda, trombocitopenia, infecções bacterianas secundárias, síndrome de Reye, infecção fetal durante a gestação e, em pacientes imunossuprimidos, varicela disseminada ou hemorrágica.
Atualmente, a imunização está disponível apenas na rede privada, podendo custar até R$ 2 mil pelas duas doses / Foto: Reprodução
Uma das consequências mais recorrentes é a nevralgia pós-herpética (NPH), caracterizada por dores persistentes por semanas após o desaparecimento das lesões, de difícil tratamento, mais comum em mulheres e em casos que afetam o nervo trigêmeo.
Com a inclusão da vacina no SUS, o governo pretende ampliar o acesso à prevenção, reduzindo os impactos da doença sobre a população mais vulnerável.
