Em entrevista ao Em Cena, podcast do ContilNet, o empresário Marcello Moura, vice-presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa), falou sobre um projeto audacioso: a construção de um trem elétrico na Serra do Divisor — parque ambiental que abriga a maior biodiversidade da Amazônia, localizado na fronteira do Acre com o Peru.
A proposta de Marcello Moura vai além de um simples meio de transporte. Ele vislumbra um futuro em que a mobilidade seja limpa, eficiente e acessível. O trem elétrico, movido a energia renovável, seria uma alternativa sustentável ao uso de automóveis e outros veículos que dependem de combustíveis fósseis. Além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, o projeto promete gerar empregos, fomentar o turismo ecológico e contribuir para a preservação ambiental.
“Discutir novas formas de gerar riqueza no Acre é uma pauta permanente das entidades empresariais. Tem que ser permanente. Como fazer, quando fazer e onde fazer são movimentos que a gente tem que conduzir com muita tranquilidade para dar os passos corretos. O mundo todo trata o turismo como uma forma de geração de riqueza”, afirmou o empresário.
Marcello destacou que o projeto não deve ser concluído em poucos anos, mas ao longo de uma década.
“O Acre pode estar inserido nessa rota. É complexo, é desafiador, e isso acaba me motivando ainda mais, porque não é uma questão pronta. Você precisa reunir pessoas, ter capacidade de interlocução, de convencimento, e isso gera um grande volume de serviços e tarefas. Não vejo esse como um projeto de dois ou três anos, mas sim de uma década. Fatalmente, o Acre vai precisar criar novas fontes de riqueza”, acrescentou.
O projeto já foi apresentado ao Ministério do Meio Ambiente — ocasião em que Marcello teve a oportunidade de conversar com a ministra Marina Silva — e à Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). O empresário também dialogou com o deputado Túlio Gadêlha, autor de uma lei que permite o turismo em parques ambientais.
“Tenho procurado manter interlocução com o Ministério do Meio Ambiente, com a Embratur, estive com a ministra Marina Silva, com o Túlio Gadêlha, que é autor de uma lei que permite o turismo em unidades de conservação. Eu defendo que a gente construa um modelo de desenvolvimento que atenda às demandas ecológicas, porque essa polarização política gera uma instabilidade muito grande na economia. Para superarmos isso, é preciso conciliar as duas necessidades”, pontuou.
Como exemplo, Marcello citou experiências de outros países que já utilizam essa tecnologia.
“Quando falo de trem, não tirei a ideia do nada. No Vietnã, há um trem que passa pelo meio da floresta. Em Machu Picchu, aqui ao nosso lado, existe um trem que sobe até a área de visitação e recebe 4.500 pessoas por dia. Qual o perfil desse turista? Esse é um estudo que vou desenvolver agora junto à Embratur”, concluiu.
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