A instalação do pedágio Free Flow na altura do km 86 da Raposo Tavares, região de Sorocaba, interior de São Paulo, tem gerado revolta nos moradores do bairro Genebra, localizado às margens da rodovia. Os residentes já realizaram dois protestos, nos dias 8 e 16 de maio, contra o sistema de cobrança automático e por outras reivindicações.
Vivian Munhoz, moradora do Genebra, criticou a instalação. “O nosso bairro não tem nada: asfalto, esgoto ou transporte, mas terá pedágio”, lamentou, em conversa com o Metrópoles.
Outras reinvindicações
Além da questão do Free Flow, os moradores querem a municipalização do trecho da Raposo Tavares do km 84 ao 88, para garantir maior autonomia administrativa ao município; pavimentação asfáltica de todas as vias internas do bairro; construção e manutenção de calçadas seguras; instalação de rede completa de água e esgoto; coleta de lixo regular; ampliação da iluminação pública; criação de CEP próprio para as ruas e áreas atualmente não cadastradas; instalação de placas de sinalização corretas; melhorias no transporte público; e o reconhecimento formal do bairro Genebra como parte integrante da zona urbana, com a consequente inclusão nas políticas públicas municipais de infraestrutura, saúde, educação e segurança.
As reivindicações foram acordadas em reunião realizada nesse sábado (24/5). Os moradores pretendem fazer um novo protesto no próximo sábado (31/5), para fortalecer a mobilização.
O que diz a prefeitura local
A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Mobilidade (Semob), informou que a demanda sobre o Free Flow cabe ao governo do Estado, porém, está sempre pronta a colaborar em ações em favor da melhoria da qualidade de vida da população local.
“A gestão municipal, inclusive, pediu o adiamento da cobrança para 2026 e a revisão de pontos de pedágio em Sorocaba, o que implicou na redução de 13 para 9 pontos”, disse a administração pública, em nota.
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Artesp
A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) afirmou que não haverá cobrança de tarifa do pedágio para os moradores do bairro Genebra, já que os pedágios eletrônicos permitirão uma cobrança proporcional ao trecho percorrido, além de desconto para usuários frequentes e isenção para motociclistas.
Além disso, a agência disse que “a concessão do Lote Rota Sorocaba prevê a modernização da infraestrutura rodoviária com investimentos em duplicações, acostamentos, ciclovias, passarelas, drenagem, além da implantação de serviços como atendimento médico, guincho, socorro mecânico e monitoramento por câmeras.”
Protestos contra o Free Flow
Segundo Vivian Munhoz, a participação nos protestos diminuiu em 15% após a ameaça por meios jurídicos da concessionária. A empresa também requereu uma liminar no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) proibindo protestos em toda a extensão da Rodovia Raposo Tavares (SP-70), com multa individual de R$ 10 mil.
“Fomos ameaçados diretamente pela Polícia Rodoviária com bomba de efeito moral e também falaram para algumas pessoas sobre bala de borracha. Justificam que é para nossa proteção, mas nos colocaram em risco no dia 16 quando apagaram as luzes e sinalização no local”, falou Vivian.
O Metrópoles procurou a CCR Sorocabana, que administra o trecho, para um posicionamento sobre a liminar, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto.