Embora a indústria criativa tenha registrado crescimento significativo no Brasil, passando a representar 3,6% do PIB nacional em 2023, a participação desse setor na economia do Acre ainda é considerada uma das menores do país. Segundo o levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o Acre está entre os sete estados onde a indústria criativa responde por 1% ou menos do PIB local.
O cenário reflete um desafio, mas também uma oportunidade de desenvolvimento para o estado, especialmente em setores que envolvem cultura, tecnologia, mídias, design, arquitetura, moda e publicidade. A pesquisa, que analisou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), mostra que, enquanto no Brasil o setor gerou R$ 393,3 bilhões em 2023, no Acre esse impacto ainda é discreto.
Apesar do avanço nacional, os dados apontam uma grande concentração da indústria criativa nas regiões Sudeste e Sul/ Foto: Ilustrativa
Setor cresce no país, mas região Norte ainda busca espaço
De acordo com o estudo, o setor criativo no Brasil teve crescimento não apenas em geração de riqueza, mas também na geração de empregos. O número de vagas formais subiu 6,1% entre 2022 e 2023, ultrapassando a média de crescimento do mercado de trabalho formal geral, que foi de 3,6% no mesmo período.
Apesar do avanço nacional, os dados apontam uma grande concentração da indústria criativa nas regiões Sudeste e Sul. São Paulo e Rio de Janeiro juntos respondem por mais de 60% de todo o PIB criativo do Brasil. Por outro lado, estados da Região Norte, como Acre, Rondônia e Tocantins, ainda têm participação bastante reduzida nesse setor.
Para a Firjan, essa concentração não está ligada a uma suposta falta de criatividade nas regiões, mas sim a fatores como estrutura, investimentos, qualificação profissional e políticas públicas voltadas para o setor.
No Acre, segmentos como produção cultural, audiovisual, artesanato, moda, comunicação digital e desenvolvimento de softwares ainda possuem grande potencial de expansão. A digitalização e o crescimento do e-commerce, acelerados pela pandemia, são apontados como caminhos para fortalecer a economia criativa também na região.