Junina recorre à Justiça após ser penalizada durante concurso de quadrilhas no Acre

Pega-Pega quer anular penalidade por passo coreográfico e reaver liderança no concurso

A tradicional quadrilha Junina Pega-Pega, uma das mais premiadas do Acre, decidiu recorrer à Justiça após ser penalizada com a perda de um ponto no 23º Concurso Estadual de Quadrilhas Juninas. A punição, aplicada pela Comissão Organizadora do evento, foi motivada por um recurso apresentado pela quadrilha Sassaricano na Roça, que alega descumprimento de um passo coreográfico obrigatório. A Pega-Pega, no entanto, contesta tanto o mérito quanto a validade formal do recurso.

A tradicional quadrilha Junina Pega-Pega decidiu recorrer à Justiça após ser penalizada com a perda de um ponto / Foto: Cedida

O impasse gira em torno do passo conhecido como “Montanha Russa”. Segundo a denúncia da quadrilha rival, os noivos da Pega-Pega não participaram desse momento coreográfico, o que violaria os critérios técnicos definidos no regulamento do concurso. No entanto, a Pega-Pega argumenta que o regulamento não exige a participação de todos os integrantes neste passo, diferentemente do que ocorre com o “Grande Roda”, onde o termo “todos” aparece de forma expressa.

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Para sustentar sua defesa, o grupo apresentou pareceres técnicos de uma professora doutora em Linguística e de uma advogada especialista em Direito Administrativo. Ambas reforçam que a ausência da palavra “todos” na descrição do passo “Montanha Russa” impossibilita a interpretação de obrigatoriedade para todos os brincantes. “A ausência da marca linguística de totalidade (‘todos’) impede qualquer leitura que imponha essa exigência”, afirma trecho do documento entregue à comissão.

Além do conteúdo do recurso, a Junina Pega-Pega também questiona sua legitimidade formal. Segundo o grupo, o recurso não foi assinado por nenhum representante da quadrilha Sassaricano na Roça, o que, de acordo com especialistas ouvidos, fere princípios básicos do processo administrativo e compromete a validade da penalização.

Mesmo diante de uma resposta fundamentada e da apresentação de argumentos técnicos e jurídicos, a Comissão Organizadora manteve a decisão. Diante disso, a Pega-Pega decidiu judicializar o caso na tentativa de reverter a penalização e reaver a colocação que, segundo o grupo, garantiria o primeiro lugar na classificação final do concurso.

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