Após a nova rodada de negociações entre as delegações russas e ucranianas, que aconteceu nesta segunda-feira (2/6), visando um acordo sobre cessar-fogo entre as potências, o ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, propôs uma nova reunião, agora com os líderes: Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
Umerov afirmou que todas as “questões-chave” nas negociações com a Rússia só podem ser resolvidas ao nível de liderança. Ele indicou a realização de uma reunião entre os dias 20 e 30 de junho, que poderia contar com a participação de outros líderes, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Acreditamos firmemente que todas as questões-chave só podem ser resolvidas no nível de líderes, e a reunião poderia contar com a possível participação de outros líderes, como o presidente dos Estados Unidos. Propusemos à Rússia realizar uma reunião até o final deste mês, de 20 a 30 de junho. Isso é crucial para avançar no processo de negociações”, ressaltou.
O ministro da defesa ucraniana liderou a delegação ucraniana na segunda rodada de negociações em Istambul, na Turquia, que terminou somente uma hora após o início, segundo autoridades turcas. A reunião também teve atraso de quase duas horas, mas não houve explicação do motivo.
Propostas de cessar-fogo e troca de prisioneiros
Durante as negociações, a Rússia entregou um memorando detalhado destacando os termos para um cessar-fogo total. Além disso, sugeriu um cessar-fogo de dois a três dias em certas áreas.
A Ucrânia informou que avaliará o documento entregue, mas que isso pode levar até uma semana. Umerov também ressaltou que a Rússia continua negando um cessar-fogo incondicional.
Os dois países concordaram com uma nova troca de prisioneiros, focada naqueles que estão gravemente feridos ou têm menos de 25 anos. Além disso, os restos mortais de soldados também seriam repatriados. Vladimir Medinsky, chefe da delegação russa, afirmou que a Rússia deve entregar 6 mil corpos à Ucrânia.
Entenda as exigências do memorando feito por Moscou
- Reconhecimento internacional de Donetsk, Luhansk e Zaporizhzhya e Kherson, além da retirada de tropas ucranianas de tais regiões.
- Neutralidade da Ucrânia, incluindo a recusa em participar de alianças militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
- Ucrânia ser declarada uma nação não-nuclear.
- Enfraquecimento das Forças Armadas da Ucrânia (AFU), como a quantidade de soldados e equipamentos militares.
- Garantia de direitos para russos na Ucrânia, e a garantia do russo como língua oficial de tal população.
- Proibição da glorificação e propagandas pró-Nazismo.
- Fim das sanções econômicas entre os dois países, e a promessa de que novas retaliações não serão impostas.
- Restauração gradual das relações, diplomáticas e econômicas, entre Moscou e Kiev.
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Apoio internacional
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou que tentará organizar uma reunião entre os líderes da Rússia e da Ucrânia.
“Meu desejo é reunir [Vladimir] Putin e [Volodymyr] Zelensky em Istambul ou Ancara. Também convidar [o presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump, para esta reunião… Tomaremos medidas para esta reunião após as últimas conversas”, destacou o líder turco .
A proposta de Umerov e os esforços de mediação internacional refletem a urgência em encontrar uma solução diplomática para o conflito, que perdura há três anos.
No domingo (1º/6), as vésperas da nova rodada de negociações, a Ucrânia lançou um ataque de drones em “grande escala” contra bombardeiros militares russos na Sibéria, atingindo mais de 40 aviões de guerra a milhares de quilômetros de seu próprio território.