Crise hídrica: Prefeitura de Rio Branco inicia plano emergencial para garantir água potável durante seca

O plano prevê a Operação Estiagem, que deve ser iniciada na próxima segunda-feira (7)

O coordenador da Defesa Civil Municipal de Rio Branco, coronel Cláudio Falcão, alertou que a capital acreana enfrenta uma das piores estiagens dos últimos anos. Segundo ele, mesmo que o recorde histórico de seca do Rio Acre, de 1,23 metro, não seja superado em 2025, o cenário atual já configura a terceira pior marca dos últimos onze anos. Nesta semana, o manancial atingiu apenas 1,97 metro de profundidade, superando negativamente os índices de 2023.

O nível do Rio Acre ja está em seu pior estado nos últimos 11 anos/Foto: Juan Diaz

Diante do agravamento da situação, a prefeitura de Rio Branco deu início às ações do Plano de Exaurimento Hídrico, coordenado pela Defesa Civil em parceria com a Secretaria Municipal de Agropecuária. O plano prevê a Operação Estiagem, que deve ser iniciada na próxima segunda-feira (7), após a conclusão das vistorias e a formalização do contrato com a empresa responsável pelo transporte de água potável.

Equipes já percorrem comunidades da zona urbana e rural que historicamente dependem de abastecimento emergencial, como as regiões do Quixadá, Transacreana, além dos municípios vizinhos de Bujari e Porto Acre. A distribuição será feita por meio de caminhões-pipa, beneficiando centenas de famílias em situação de vulnerabilidade.

Segundo Falcão, a redução drástica do nível do rio provoca o rebaixamento do lençol freático, comprometendo poços, represas e o abastecimento tradicional. “Entramos no trimestre mais seco do ano, julho, agosto e setembro, com uma crise hídrica instalada. É um cenário extremo, e nosso foco é garantir água potável para quem mais precisa”, afirmou.

Ele destacou ainda que dois planos de contingência estão em execução: o de desabastecimento hídrico e o de combate às queimadas. Paralelamente, a Defesa Civil realiza o monitoramento diário de variáveis como temperatura, qualidade do ar e focos de calor. “Mesmo que a menor cota deste ano não iguale a de 2024 ou 2023, qualquer aproximação já é preocupante. A gravidade da situação não depende de quebra de recorde”, reforçou.

Falcão finalizou explicando que a atuação da Defesa Civil se estende também à zona urbana, em articulação com o Saerb, para acompanhar os riscos de desabastecimento na cidade. Além do fornecimento emergencial de água, a gestão municipal já iniciou ações de ajuda humanitária voltadas à recuperação econômica e ao poder de compra dos produtores rurais afetados pela seca.

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