PF tem indícios de que fuga de acreanos em Mossoró pode ter sido facilitada; entenda

Luzes apagadas e ferramentas deixadas ao relento em local de obra são indícios de que houve ajuda de gente da área interna do presídio, conclui investigação da PF

A Polícia Federal já trabalha com a informação de que a fuga dos acreanos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça do presídio de segurança máxima de Mossoró (RB), há 18 dias, foi facilitada, de dentro das instalações.

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Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento/Foto: Reprodução

A PF investiga a fuga em paralelo às investigações que colocam em prática a caçada aos fugitivos, que perdura há 18 dias envolvendo mais de 550 homens, equipamentos pesados como helicópteros, muitos veículos e gastos de muito dinheiro público. Embora não haja ainda um cálculo sobre gastos, a especulação é de que as quantias, que incluem pagamento de diárias a cada um dos homens mobilizados, já chega à casa dos milhões de reais.

As informações da Polícia Federal de que os presidiários teriam recebido ajuda de dentro do presídio foram repassadas ao Ministério da Justiça. Dois fatores – aparentemente corriqueiros – foram apontados como primordiais para que os presidiários tivessem sucesso na empreitada: a luminária apagada e uma ferramenta deixada ao relento na obra em alvenaria que vinha sendo realizada na área interna do presídio.

A Polícia Federal também descobriu que há irregularidades na relação contratual entre o Ministério da Justiça e a empresa responsável pela obra de refrma no presídio. O contrato vem ainda do governo de Jair Bolsonaro. A missão da PF agora é descobrir qual e quem tinha relações com os presidiários ou com os dirigentes da facção a que eles pertencem, o Comando Vermelho (CV), cujos integrantes estariam também os ajudando a escaparem ao cerco policial que foi formado na divisa do Ceará e do Rio Grande do Norte, em localidades onde há registros de que os dois foram avistados nos últimos dias.

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