Foragidos, acreanos chegam ao 22º dia de fuga; Lula recomenda que sejam capturados vivos

Em Rio Branco, advogado tenta trazer de volta pelo menos dois dos 13 presos acreanos que foram transferidos de Mossoró (RN) para Catanduvas (PR)

Os acreanos fugitivos do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, mesmo com um deles ferido e andando mancando, com dificuldades chegaram, nesta quarta-feira (6), ao 22º dia em fuga de um aparato policial que envolve pelo menos 600 homens que usam equipamentos tecnológicos de ponta e armas pesadas. Esta já é a maior caçada policial dos últimos anos no país, comparada ao cerco policial, também no Nordeste, ao bando do cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião, no início do século passado.

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Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento/Foto: Reprodução

As informações de que os dois procurados estão com dificuldades e aparentemente abandonados pelos comparsas da facção que vinham os apoiando, o Comando Vermelho (V), a qual eles pertencem, são de coordenadores da operação policial que os procura na divisa entre dois estados do Nordeste brasileiro, Rio Grande do Norte e Ceará, ao portal de notícias Metrópoles do Distrito Federal.

Os fugitivos foram vistos por populares no último domingo (3), na zona rural de Baraúnas, município do Rio Grande do Norte. Estavam sujos e um deles andando com dificuldades, relataram as testemunhas às autoridades. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem recomendado que os fugitivos sejam capturados com vida.

Caso os dois sejam recapturados, eles vão ter que responder por mas um crime: o envolvimento na rebelião de julho d ano passado no presídio Antônio Amaro, em Rio Branco, no Acre, quando cinco detentos de uma facção rival, do Bonde dos 13, foram assassinados – três deles, decapitados. Por causa disso, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça e mais 13 outros comparsas envolvidos no levante, foram enviados para o presídio de segurança máxima do sistema federal, em Mossoró.

Em função da fuga dos dois maiores procurados na atualidade no país, que teria tido como causa obras de reforma no presídio, o Ministério da Justiça decidiu transferir os demais presidiários do Acre e o líder máxima do CV, Fernandinho Beira Mar, que também estava em Mossoró, para o presídio federal de Catanduva, no Paraná. Em Rio Branco, o advogado Romano Gouveia, que defende dois dos 13 presos transferidos para Catanduva, anunciou que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, para que seus clientes possam voltar a cumprir pena no Acre.

De acordo com o advogado, a Leid e Execuçoes Penais (LEP) assegura o direito de condenados a cumprirem penas nas cidades em que os crimes foram cometidos e em cujas cidades residem seus familiares. “A situação pela qual eles estão passando é uma injustiça”, disse o advogado.

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