Reféns, esconderijo e milhões gastos: relembre os 50 dias de buscas pelos acreanos fugitivos de Mossoró

A operação da Polícia Federal em parceria com outros agentes públicos de órgão como a Polícia Rodoviária Federal, Civil e Militar, chegou a ter o apoio de 600 policiais

Após 50 dias de buscas, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, os dois acreanos que fugiram do presídio federal de segurança máxima de Mossoró, foram recapturados nesta quinta-feira (4).

Acreanos foram presos nesta quinta-feira, no Pará/Foto: Reprodução

A operação da Polícia Federal em parceria com outros agentes públicos de órgão como a Polícia Rodoviária Federal, Civil e Militar, chegou a ter o apoio de 600 policiais.

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Nas investigações preliminares, os órgãos apontaram que os dois detentos começaram a fuga por volta das 3h da manhã. Eles fugiram pelo teto das celas, arrancando uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia ligados à iluminação da cela.

A penitenciária estava passando por uma reforma. E foi justamente com uma ferramenta utilizada nas obras que os dois detentos cortaram um alambrado e fugiram no pátio do presídio.

Os acreanos foram capturados no Pará/Foto: Reprodução

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Além disso, já está confirmado que os presos fizeram uma mistura de sabonete e papel higiênico e usaram como uma espécie de reboco para esconder os buracos nas paredes. O sabonete também foi usado para deixar o buraco mais escorregadio e facilitar a passagem deles.

A direção da penitenciária só deu conta da fuga dos dois, duas horas depois, por volta das 05h da manhã. Os dois tiveram seus nomes incluídos na difusão vermelha da Interpol.

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Desde 19 de fevereiro, homens da Força Nacional realizavam varreduras nas matas e, também, fecharam o cerco em rodovias com objetivo de impedir que Deibson Nascimento e Rogério Mendonça rompessem o perímetro das buscas no Rio Grande do Norte, o que aconteceu. A dupla foi encontrada no estado do Pará, no município de Marabá.

O dono da casa contou à polícia que foi surpreendido pela dupla no momento em que estava em casa em companhia da esposa/Foto: Reprodução

Os dois ficaram por sete dias na zona rural de Baraúna. De acordo com a polícia, os criminosos pagaram R$ 5 mil para ficar lá. Perto da casa, os investigadores descobriram, na época, um buraco, tipo um esconderijo, usado para evitar a detecção pelos drones que identificam calor humano. Junto com redes para dormir, os agentes também encontraram comida embalada, um facão e uma lona.

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Ainda em Baraúna, os acreanos passaram os primeiros dias como foragidos na casa de um casal rendido com a qual, sob ameaças, conseguiram abrigo por sete dias. O dono da casa contou à polícia que foi surpreendido pela dupla no momento em que estava em casa em companhia da esposa. O encontro deu-se na madrugada de 17 de fevereiro, já no quarto dia de buscas pelos bandidos. O homem detalhou que os dois arrombaram a porta, mas não machucaram a família. “Pediram para a gente ter calma e que não ia acontecer nada se fizéssemos o que eles pedissem”, disse.

Os dois se esconderam em buracos para escapar dos drones da PF/Foto: Reprodução

Além de outros 4 que estavam com os fugitivos durante a recaptura, outros 5 já haviam sido presos, suspeitos de ajudar a dupla externamente, entre eles, o irmão de um dos dois foragidos, que foi preso pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Acre.

Dupla chegou a ser vista em Baraúna/Foto: José Aldenir/Agora RN

Os 50 dias de busca pelos acreanos custaram aos cofres públicos do governo federal a quantia de R$ 2,5 milhões. De acordo com essas informações, do dia da fuga até 27 de março, quando foi divulgado o levantamento, houve um gasto de R$ 2.491.911,78.

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Esse valor é referente a despesas da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Federal, da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal e da Coordenação-Geral de Operações Integradas e Combate ao Crime Organizado.

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