Brasileira vende medalha olímpica e se surpreende com comprador

Entretanto, o dono da casa de apostas Superbet, ao reconhecer o esforço e a fragilidade da atleta, optou por devolver o objeto. O dinheiro seria utilizado pela atleta como parte de seu planejamento para aposentadoria e para abrir um restaurante na Bahia, sua cidade natal. Apesar da situação, o valor não foi a principal motivação.

“Nesse momento tive de usar a razão. Estava com pouco dinheiro e vi na medalha uma oportunidade. Às 11h entrou em leilão. Logo às 16h já tinha um comprador. Vendi por R$ 150 mil. Não sabia se ficava feliz ou triste. Feliz pelo dinheiro, mas triste por ver a medalha indo embora, minha maior conquista”, declarou, em entrevista ao Estadão.

O comprador foi Alexandre Fonseca, CEO da Superbet Brasil, casa de apostas. Ele decidiu devolver a medalha à atleta e manter o dinheiro do leilão como forma de incentivo. Quem contou foi Patrícia Prates, diretora de marketing da empresa.

“Ficamos sensibilizados que uma atleta de alto rendimento estava nessa situação. Por isso, queríamos ajudar nesse próximo passo e conseguir proporcionar uma aposentadoria mais tranquila para ela. A partir disso, depois da revelação que fomos nós que arrematamos esse lance, sentamos para conversar e oferecemos a oportunidade da academia”, declarou.

Com o dinheiro, Adriana mudou seus planos. A Superbet ofereceu mentorias e, com o conhecimento, a pugilista vai abrir um estúdio de boxe, com inauguração prevista para setembro. Lá, ela vai dar aulas, palestras e vai contribuir para a formação de novos atletas.

“Sempre fui muito apegada a ela (à medalha). Vivi a alegria em Londres e agora que ela retornou, não estava acreditando. Foi como se eu tivesse vencido duas vezes. Quanto à academia, vejo uma oportunidade de retribuir ao esporte o tanto que tanto ele me deu. Não posso ser ingrata com esse esporte”, encerrou.