Bruno Borges reafirma que planejou sumiço em depoimento à Polícia Civil

Com o reaparecimento de Bruno Borges no último dia 11, as autoridades que investigavam o caso movimentaram-se para ouvir o depoimento do estudante de psicologia, que esteve desaparecido por quase cinco meses.

Na tarde da última quinta-feira, Bruno prestou um novo depoimento ao delegado Alcino Júnior, responsável pelo caso, na última terça-feira (15). Ele reconfirmou que planejou o sumiço, tendo “desaparecido” por livre e espontânea vontade. O inquérito já foi encerrado e não há previsão de novos depoimentos dos envolvidos. Entretanto, o delegado disse que irá manter o indiciamento dos dois amigos de Bruno, Márcio Gaiote e Marcelo Ferreira, por falso testemunho.

Bruno Borges durante entrevista concedida ao Fantástico /Foto: Reprodução

Relembre o caso

Antes de sair da casa onde mora em Rio Branco, Bruno Borges deixou 14 livros escritos à mão e criptografados, com alguns trechos copiados nas paredes, teto e no chão do quarto. Deixou ainda uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), por quem tem grande admiração, avaliada em R$ 10 mil.

Em maio deste ano, Marcelo Ferreira, de 22 anos, amigo do estudante, chegou a ser detido pela polícia pelo crime de falso testemunho. Na casa dele, a Polícia Civil encontrou dois contratos – um deles autenticado no dia do desaparecimento – que estabeleciam porcentagens de lucros com a venda dos livros. Ferreira teria ajudado Bruno no projeto.

Policiais também encontraram móveis do quarto do acreano na casa de outro amigo, Márcio Gaiote, que também teria participado na logística. Gaiote, que mora na Bahia, chegou a ser indiciado para depor na capital acreana, mas não compareceu, sendo indiciado indiretamente.

Ferreira contou em entrevistas que ajudou Bruno a montar o quarto e sabia do projeto, mas garantiu que não tinha conhecimento do desaparecimento, nem do local onde ele poderia estar vivendo.

Para a Polícia Civil, que investigou o caso, os contratos, e-mails e mensagens trocadas entre os amigos esclarecem a situação: o sumiço de Bruno foi parte de um plano para garantir a divulgação do trabalho deixado por ele, informou na época o delegado Alcino Souza Júnior.

O primeiro dos 14 livros de Borges entrou para a lista “não ficção” dos mais vendidos da semana, entre 24 e 30 do mês passado. O ranking é do site PublishNews, construído a partir da soma das vendas de todas as livrarias pesquisadas.

Com informações do site G1 Acre

PUBLICIDADE