Celulares usados por Bolsonaro também foram alvo de hackers, diz Ministério da Justiça

A Polícia Federal (PF) informou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que celulares utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro também foram alvos de ataque do grupo de hackers preso em operação da PF na última terça-feira (23).

A Operação Spoofing, autorizada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, investiga invasão do celular do ministro Sérgio Moro, de um desembargador, um juiz federal e dois delegados da Polícia Federal. A operação foi deflagrada nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto.

Por meio de nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que Bolsonaro foi “devidamente comunicado” sobre o fato por uma “questão de segurança nacional”. A nota não informa se os hackers conseguiram obter alguma informação dos aparelhos usados pelo presidente.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi, por questão de segurança nacional, informado pela Polícia Federal de que aparelhos celulares utilizados pelo Sr. Presidente da República foram alvos de ataques pelo grupo de hackers preso na última terça feira. Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao Sr. Presidente da República.”

Na operação de terça-feira, a Polícia Federal prendeu quatro pessoas suspeitas de invadir celulares de autoridades, entre as quais, o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Foram presos:

A PF estima que cerca de 1 mil pessoas foram alvo dos supostos hackers. De acordo com a polícia, foi encontrado com um dos detidos uma conta do ministro da Economia, Paulo Guedes, no aplicativo de mensagens Telegram.

Os suspeitos prestaram depoimento à Polícia Federal e estão presos em Brasília. O advogado Ariovaldo Moreira, que representa o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, disse que o cliente relatou à PF que o Vermelho desejava vender ao PT as mensagens que obteve de autoridades.

Após a divulgação das declarações do advogado, o PT emitiu nota na qual afirma que o inquérito que apura a atuação de supostos hackers para invadir o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça) se tornou uma “armação” contra o partido.

Movimentações suspeitas

Na decisão que autorizou as prisões dos suspeitos, o juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, apontou “fortes indícios” de que os quatro detidos se uniram para violar sigilo telefônico de autoridades.

O magistrado ainda identificou, na decisão, a existência de movimentações “suspeitas” nas contas de dois dos quatro investigados.

Segundo a decisão, o relatório da PF sobre as investigações demonstra que dois investigados movimentaram, juntos, mais de R$ 627 mil entre março e junho.

De acordo com a PF, o cadastro bancário de um dos investigados mostra que a renda mensal dele era de R$ 2,8 mil. Do outro, segundo a PF, era de R$ 2,1 mil.

PUBLICIDADE