Coronavírus já mata mais por dia que a tuberculose, doença infecciosa mais letal do mundo

O número de mortos por dia de covid-19 já é maior do que a média diária de mortos de tuberculose, a doença infecciosa mais letal do mundo.

Na quarta-feira, 1º de abril, foram mais de 4,6 mil mortos, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), compilados pela plataforma The World On Data, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Nesta quinta-feira, 2 de abril, esse número já havia ultrapassado a marca de 5 mil mortos por dia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose matou cerca de 1,5 milhão de pessoas no mundo, ou 4,1 mil por dia, em 2018, os últimos dados disponíveis.

É preciso ressalvar, no entanto, que a covid-19 é uma doença nova e cuja real letalidade só será conhecida ao fim da pandemia.

Atualmente, de acordo com a OMS, a tuberculose é a doença infecciosa mais letal do mundo.

GERMES NO AR
Todos os anos, aproximadamente 10 milhões de pessoas são infectadas pela doença, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões.

Segundo a OMS, a tuberculose é “curável e evitável”. Apesar disso, doença é uma das dez que mais matam no mundo e a mais letal quando se trata de um “agente infeccioso único”.

Um coquetel de antibióticos é a medicação mais usada para tratar a enfermidade.

“A tuberculose é transmitida de pessoa para pessoa através do ar. Quando as pessoas com tuberculose pulmonar tossem, espirram ou cospem, elas lançam os germes da tuberculose no ar. Uma pessoa precisa inalar apenas alguns desses germes para se infectar”, diz a OMS.

“Cerca de um quarto da população do mundo tem tuberculose latente, ou seja, essas pessoas foram infectadas pela bactéria, mas ainda não estão doentes e não podem transmiti-la”, acrescenta.

No entanto, alerta a OMS, “quando uma pessoa desenvolve a tuberculose, os sintomas (tais como tosse, febre, suores noturnos ou perda de peso) podem ser leves e durar muitos meses. Isso pode levar a atrasos em buscar ajuda médica e resultar na transmissão da bactéria para outros”.

A tuberculose normalmente afeta adultos em idade ativa. No entanto, todas as faixas etárias podem contrair a doença. Mais de 95% dos casos e mortes estão em países em desenvolvimento.

Em 2018, os 30 países do mundo com a maior incidência da doença foram responsáveis por 87% dos casos. Oito países respondem por dois terços desse total: Índia, China, Indonésia, Filipinas, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e África do Sul.

CASOS NO BRASIL

No Brasil, em 2019, foram registrados 73.864 mil novos casos da tuberculose, segundo o Ministério da Saúde. Cerca de 5 mil pessoas morreram.

De acordo com a pasta, “apesar de ter cura, o abandono do tratamento é o principal motivo para a tuberculose ainda continuar fazendo vítimas fatais”.

“No Brasil, de cada 10 pessoas que iniciam o tratamento, pelo menos uma abandona o uso dos medicamentos”, diz o Ministério da Saúde.

“O tratamento oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS) dura, em média, seis meses. Apesar da melhora dos sintomas já nas primeiras semanas após início, a cura só é garantida ao final da terapia”, acrescenta o órgão.

No Dia Mundial da Tuberculose (24 de março), a OMS destacou que a importância de garantir “que serviços e operações essenciais de saúde continuem protegendo a vida das pessoas com tuberculose e outras doenças ou condições de saúde”.

“A COVID-19 está revelando quão vulneráveis as pessoas com doenças pulmonares e sistemas imunológicos debilitados podem ser. O mundo se comprometeu a acabar com a tuberculose até 2030; melhorar a prevenção é essencial para que isso aconteça”, disse em nota o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O fim da epidemia de tuberculose até 2030 está entre as metas de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

O novo coronavírus já infectou quase 1 milhão de pessoas e causou cerca de 40 mil mortes em todo o mundo.

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