A autora de Harry Potter, JK Rowling, está sendo mais uma vez acusada de transfobia, agora por causa de seu novo livro, intitulado Troubled Blood, em português, Sangue Perturbado, um título carregado de significados. O romance de 900 páginas, que ela escreve sob o pseudônimo de Robert Galbraith, conta a história de um serial killer dos anos 70 que se veste de mulher para cometer feminicídios. Depois de todos os comentários que ela já fez dizendo que mulheres transexuais não podem ser consideradas mulheres, escrever um livro sobre um assassino em série que mata justamente usando como disfarce trajes femininos é a cereja do bolo transfóbico que ela vem preparando há anos.
“É uma antiga transfobia [que ela reproduz]. Rowling não liga para mulheres. Ela odeia pessoas trans e nos enxerga como homens predadores“, posicionou-se a ativista transexual Serena Daniari no Twitter. Outros usuários da rede social, muitos deles potterheads, lamentam as primeiras resenhas que têm saído sobre a obra. “Nunca confie em um homem que se veste de mulher”, diz a maioria delas sobre a moral do livro.
Em 2019, a escritora foi acusada de transfobia ao publicar o seguinte tweet: “Vista-se como quiser. Chame a si mesmo como quiser. Durma com quem você quiser. Viva sua melhor vida em paz e segurança(…) Mas homens não podem se transformar em mulheres”. Neste ano, mais uma vez, a britânica se envolveu em polêmica ao dar a entender que apenas mulheres cis podem ser consideradas mulheres legítimas, porque apenas elas têm órgãos reprodutores femininos e menstruam. “Eu conheço e adoro pessoas transexuais, mas eliminar o conceito de sexo retira a capacidade de muitos para discutir com mais profundidade as suas vidas. Não é ódio falar a verdade“, respondeu quando começou a receber críticas online.