Uma equipe da TV Integração (filiada da Rede Globo no estado de Minas Gerais) sofreu um ataque físico durante a gravação de uma reportagem em Prata (MG). O repórter Arcênio Corrêa averiguava denúncias feitas pela população sobre o estado de um prédio da PAM (Pronto Atendimento de Saúde Municipal) para a realização das eleições municipais quando foi agredido por dois homens. As informações são do portal G1.
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O jornalista falava com um dos agressores quando este avançou para cima de Corrêa tentando lhe tomar o microfone. No meio da confusão, outro homem aparece e agarra o repórter com um mata-leão. A equipe acionou a Polícia Militar e fez um boletim de ocorrência. Corrêa e o cinegrafista também passaram pelo exame de corpo de delito.
O prefeito Anuar Arantes Amuy (MDB) lamentou a agressão. Na parte da tarde, o servidor Diego Vilela Pita foi exonerado do cargo de supervisor de Cultura da cidade. Amuy também apontou que o contrato com o médico Jaqueni Melo, outro agressor, deve ser rescindido.
A TV Integração emitiu nota lamentando o episódio, assim como a Associação Brasileira de Emissora de Rádio e Televisão (Abert). A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também repudiou a agressão. Leia as notas na íntegra:
TV Integração
“O Grupo Integração lamenta novamente que o trabalho de apuração e produção jornalística tenha sido interrompido, não por fatos que contradigam a pauta, mas por força física. É a segunda ocorrência dessa natureza apenas neste ano em nossa área de cobertura, no interior de Minas. Estamos dedicando todos os nossos esforços jurídicos em apoio à nossa equipe, assim como os cuidados para recuperação e proteção de nossos dois colaboradores, Arcênio Corrêa e Stanley Mathias. Agradecemos o público pelas manifestações de carinho e apoio a eles e à liberdade de atuação da imprensa. É reconfortante saber que a maioria da população entende a importância desse trabalho. Esclarecemos que a pauta que estava em execução em Prata já foi executada em outras cidades e abria espaço para os candidatos a prefeito do município falarem sobre propostas para a área de saúde, assunto que já foi tema de notícias em nossos veículos ao longo dos últimos anos. Portanto, não se tratava de denúncia e nem de acusação de qualquer natureza, mas do levantamento de uma questão local para manifestação, opinião e propostas dos candidatos ao pleito. Lamentamos não ter concluído essa tarefa e, dessa forma, abrir espaço para informação aos eleitores de Prata. Reiteramos nossas crenças no exercício do jornalismo e da Comunicação como formas de debatermos, no campo das ideias e da informação, o que pode ajudar nossa sociedade a caminhar para um ambiente melhor.
NOSSO VALOR: Respeito e consideração pelo indivíduo”.
Abert
“A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudia, com veemência, as agressões sofridas pela equipe de reportagem da TV Integração, em Prata, no Triângulo Mineiro, nesta quinta-feira (29). Enquanto o repórter Arcênio Corrêa entrevistava funcionários de um posto de saúde da cidade, um homem que se identificou como médico tentou tomar o celular do jornalista e a câmera do cinegrafista Stanley Matias. Em seguida, um outro homem agarrou Corrêa pelo pescoço e tentou enforcá-lo. O repórter precisou ser ajudado por outras pessoas para se livrar das agressões. A Abert condena todo e qualquer tipo de violência contra qualquer cidadão, em especial, contra profissionais da comunicação que estejam no exercício da atividade jornalística. Atos como este são um atentado à liberdade de imprensa e ao direito do cidadão de ser informado sobre fatos de interesse público. A Abert pede às autoridades locais a apuração rigorosa do caso e a punição dos responsáveis.”
Abraji
“A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo considera inaceitável que profissionais de imprensa sejam atacados no exercício de suas funções. É a segunda vez este ano que profissionais da TV Integração são vítimas de atos violentos. A Abraji se solidariza com o repórter Arcênio Corrêa e seus colegas da emissora. E exige que as autoridades punam os agressores. Os jornalistas precisam de segurança para trabalhar, pressuposto fundamental em regimes democráticos. A Abraji lembra que os casos de hoje se somam a outros episódios de violência física e verbal contra jornalistas desde o início da pandemia do novo coronavírus. Recente levantamento da Abraji registrou 275 alertas de ataques contra profissionais de imprensa e veículos, incluindo assédio virtual e outras hostilidades.”