Copa do Mundo 2022: 3 trunfos de França e Argentina para a final

Havia três grandes favoritos antes do início da Copa do Mundo de 2022: França, Argentina e Brasil.

Dois deles jogarão a grande final, marcada para o próximo domingo (18/12).

A final no Catar será uma repetição das oitavas de final da Copa da Rússia em 2018, quando os franceses venceram os argentinos em uma partida emocionante, que terminou 4 a 3.

A seguir, analisamos as três razões que fazem da França e da Argentina os finalistas de 2022 — e os trunfos que podem fazer a diferença na partida decisiva.

Os trunfos da Argentina

1. Força mental e manejo da pressão

A seleção argentina
A seleção argentina

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

“Pessoal, agora estamos empolgados de novo. Quero ganhar a terceira, quero ser campeão mundial.”

A canção da banda argentina La Mosca Tsé-Tsé é o hino da torcida nesta Copa e reflete a ilusão e a pressão exercida sobre esta equipe.

A Argentina desembarcou no Catar com a insígnia de favorita e com o peso de um país empolgado e convicto de que está diante de uma oportunidade histórica.

Afinal, essa é possivelmente a última Copa do Mundo de Lionel Messi — e só falta este título para colocar a cereja no topo do bolo na carreira dele.

O jogador foi um dos líderes do elenco que venceu a Copa América de 2021, disputada no Brasil, que quebrou a seca de 28 anos da Argentina sem um grande título internacional.

As expectativas eram altas — e a derrota na estreia para a Arábia Saudita transformou todas as partidas da Argentina em finais antecipadas.

Quando surgiram dúvidas, os atletas responderam. E mostraram que sabem jogar sob a pressão de não poderem se dar ao luxo de sofrer mais um revés.

Pelo caminho, os argentinos deixaram México, Polônia, Austrália, Holanda e Croácia.

2. Confiabilidade nas semifinais

A camisa argentina é uma das mais pesadas da história do futebol.

Ela carrega duas estrelas de conquistas em Copas do Mundo e uma confiabilidade extraordinária quando joga nas semifinais da Copa.

Sempre que essa seleção disputou as semifinais, saiu vencedora e avançou para a final.

Essa confiança histórica voltou com tudo frente à Croácia, naquele que talvez tenha sido o jogo mais confortável de todo o campeonato (pelo menos do ponto de vista dos argentinos).

A última vez que a Argentina passou de uma semifinal foi em 2014, na Copa realizada no Brasil, após uma vitória contra a Holanda na disputa de pênaltis.

Há oito anos, porém, a seleção sul-americana não conseguiu vencer e a Alemanha sagrou-se campeã.

3. Messi, o recordista

Aos 35 anos, Lionel Messi, o homem que conquistou sete Bolas de Ouro, mostra que ainda tem muita habilidade.

Durante as semifinais, ele inaugurou o placar ao bater perfeitamente um pênalti e deu assistências mágicas para seus companheiros, especialmente na jogada que selou o terceiro gol dos argentinos.

O gol e a assistência fazem dele o jogador que mais marcou no torneio pela Argentina.

Messi foi peça fundamental em oito dos 12 gols que a seleção fez neste campeonato.

Ele está empatado com o francês Kylian Mbappé na tabela de artilheiros — e com o português Bruno Fernandes, o inglês Harry Kane e o francês Antoine Griezmann na lista de passes para gol.

Messi também igualou o alemão Lothar Matthäus como o jogador com mais aparições na história da Copa do Mundo, com 25 partidas. E, como muito provavelmente estará na final, superará o recorde.

Com o gol na semifinal, ele ainda superou Gabriel Batistuta como o maior artilheiro da Argentina em Copas do Mundo e se tornou o jogador mais velho a marcar cinco gols em uma única edição da Copa.

Argertinos comemoram a vitória contra a Croácia
Argertinos comemoram a vitória contra a Croácia

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Os trunfos da França

1. A seleção com os três artilheiros mais efetivos da Copa do Mundo

O ataque da França impõe respeito.

Kylian Mbappé tem cinco gols e é o artilheiro do torneio ao lado de Lionel Messi. Olivier Giroud já anotou quatro e Antoine Griezmann, outros três.

Só esses três jogadores somam o total de gols (12) que toda a seleção argentina fez no torneio.

Conter esse poderio ofensivo será um desafio para a Argentina e uma das chaves para a conquista da Copa pelos franceses.

Griezmann, Mbappé e Giroud formam o tridente ofensivo francês
Griezmann, Mbappé e Giroud formam o tridente ofensivo francês

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

2. Didier Deschamps, um treinador histórico

O técnico francês liderou a França na conquista da Copa do Mundo de 2018 e agora colocou a seleção de volta na final de 2022.

Das 18 partidas em que Deschamps dirigiu a França em Copas do Mundo até o momento, ele venceu 14, perdeu duas e empatou outras duas.

A vitória sobre o Marrocos o igualou em número de vitórias ao brasileiro Luiz Felipe Scolari e o coloca a duas vitórias do recorde de 16 jogos conquistados pelo alemão Helmut Schön.

No entanto, Deschamps terá um adversário difícil no próximo domingo.

Com menos experiência, o argentino Lionel Scaloni conseguiu levar a seleção de seu país a uma conquista de Copa América e chegou à final de uma Copa do Mundo em apenas quatro anos no cargo.

Deschamps foi campeão como jogador pela França em 1998
Deschamps foi campeão como jogador pela França em 1998

Foto: EPA / BBC News Brasil

3. Geração de especialistas em finais

Em 2022, a França mantém grande parte do elenco que garantiu o título mundial em 2018, na Rússia.

Vários dos principais nomes da equipe, como o goleiro e capitão da equipe Hugo Lloris, o zagueiro Raphael Varane e os atacantes Kylian Mbappé, Olivier Giroud e Antoine Griezmann, foram titulares na final em Moscou, quando venceram a Croácia por 4 a 2.

Trata-se, portanto, de uma geração com experiência em finais de Copa do Mundo e isso pode ser um fator decisivo.

Na Argentina, apenas Messi e Ángel Di María permanecem do elenco que perdeu a final contra a Alemanha, na Copa de 2014 no Brasil.

A França é a primeira seleção a chegar a duas finais consecutivas de Copa do Mundo desde o Brasil, em 1994 e 1998.

O recorde de participações consecutivas em final é de Alemanha (1982, 1986 e 1990) e Brasil (1994, 1998 e 2002).

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