Aumento do Fundo Eleitoral faz com que bancada do Acre perca mais de R$ 140 milhões em emendas

A informação foi confirmada pelo senador Alan Rick (União Brasil), durante a reunião da Bancada Federal do Acre, nesta sexta-feira (10)

A Bancada Federal do Acre terá R$ 317 milhões em emendas coletivas que poderão ser destinadas no ano que vem, que estão previstos no Orçamento Geral da União.

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Em relação ao orçamento do ano passado, houve um aumento significativo. Anteriormente, foi de R$ 284,8 milhões. Ou seja, R$ 32,2 milhões a mais.

Porém, esse valor poderia ter sido ainda maior. Por conta do Fundo Eleitoral das eleições do ano que vem, parte do recurso das emendas de bancada coletivas foram retiradas. A informação foi confirmada pelo senador Alan Rick (União Brasil), durante a reunião da Bancada Federal do Acre, nesta sexta-feira (10).

A reunião aconteceu sob liderança do senador Alan Rick. Foto: Ascom

“Antes era R$ 465 milhões, previsto no Orçamento Geral da União. Houve uma redução de R$ 148 milhões nas emendas parlamentares coletivas da bancada”, disse.

A decisão de realocação de recursos foi aprovado nesta semana na Comissão Mista de Orçamento (CMO). No geral, somando todos os estados, foi cortado R$ 4 bilhões das emendas federais. Com esse aumento, o partidos políticos terão R$ 5 bilhões de dinheiro público para investir na campanha eleitoral de 2024.

Entenda

Senadores e deputados vão tirar dinheiro das emendas de bancada estadual para reforçar o Fundo Especial de Financiamento de Campanha — conhecido como Fundo Eleitoral. O projeto de Lei Orçamentária enviado em agosto pelo Poder Executivo (PLN 29/2023) previa apenas R$ 939,2 milhões para custear as eleições municipais de 2024. Nesta semana, os parlamentares aprovaram um aporte de R$ 4 bilhões — o que assegura para o próximo ano o mesmo valor usado em 2022: R$ 4,96 bilhões.

A liberação do extra de R$ 4 bilhões está prevista em uma instrução normativa aprovada nesta semana pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). De acordo com o texto, o valor total destinado às emendas de bancada estadual, que têm execução obrigatória, é de R$ 12,57 bilhões. Descontados os recursos para o Fundo Eleitoral, cada representação no Congresso Nacional pode sugerir despesas de até R$ 316,9 milhões no Orçamento de 2024.

A instrução normativa foi acolhida pelo Comitê de Admissibilidade de Emendas (CAE). De acordo com o colegiado, vinculado à CMO, cada bancada estadual pode propor de 15 a 20 emendas de apropriação, além de três emendas de remanejamento.

Caso o dinheiro das emendas de bancada reservado para o Fundo Eleitoral não seja integralmente utilizado na campanha, a sobra é dividida pelo relator-geral do Orçamento. Ele deve respeitar a mesma proporção adotada nos pareceres de emendas de bancada aprovados pela CMO.

Fundo Eleitoral

O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) foi criado em 2017, após uma alteração na Lei 9.504, de 1997. De acordo com a norma, ele dever ser constituído por dotações orçamentárias da União, além de um percentual de emendas impositivas de bancada estadual do Congresso Nacional.

O dinheiro é depositado pelo Tesouro Nacional em uma conta especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início de junho de cada ano de pleito. O dinheiro só vai para os partidos políticos depois que cada legenda define critérios de distribuição, aprovados pela maioria absoluta da direção executiva nacional.

De acordo com o TSE, os recursos destinados às campanhas saltaram de R$ 1,71 bilhão em 2018 para R$ 2,03 bilhões em 2020 — um acréscimo de 18,57%. Em 2022, houve o maior crescimento registrado no Fundo Eleitoral: os R$ 4,96 bilhões reservados para as eleições daquele ano representavam um aumento de 143,81% em relação ao pleito anterior. Em 2024, o fundo deve manter o valor registrado em 2022.

Com informações da Agência Senado.

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