páscoa
O sermão do padre Máximo Lombard veio mais forte e com muita propriedade na Semana Santa deste ano. As palavras colocadas de forma cautelosa, mas exatamente em cima dos problemas que vivemos, parecem iluminadas, mostrando a realidade do sistema.
Ao dizer que “As festas religiosas foram transformadas em festas mundanas”, o padre esclarece, ainda, que hoje em dia o dinheiro ocupou o lugar de Deus, e no trono de Deus se colocou dinheiro.
Para Máximo, a idolatria não é colocar um quadro de Nossa Senhora em casa, mas adorar o ídolo. Ele destaca o papel do dinheiro, como um ídolo que, nos dias atuais, transforma tudo em materialismo.
De acordo com o padre, as festas religiosas acabaram se transformando em mundanas pelo interesse do lucro, com a preocupação somente de transformar tudo em uma máquina de fazer dinheiro.
“Vejamos só o Natal, Páscoa, baile da Aleluia, entre várias outras comemorações: tudo festa mundana com o objetivo de lucrar e fazer mais e mais dinheiro. A maior invenção da idolatria foi transformar tudo em dinheiro, até mesmo, a fé do povo”, afirma Máximo.
Segundo ele, existe também uma grande preocupação quanto às igrejas que se materializaram e se transformaram em máquinas de fazer dinheiro. Ele sustenta que o mundanismo e o materialismo estão invadindo as igrejas.
“Quando o mercantilismo chega às igrejas, Jesus é flagelado, cuspido no rosto, coroado de espinhos, é crucificado. As igrejas materialistas não querem Jesus que carrega a cruz porque para eles isso não serve para nada. O que as igrejas materialistas querem é um Jesus que produz dinheiro, prosperidade, sucesso”, explicou o padre.
O sacerdote chama de desgraçado o líder religioso que expulsa da sua igreja Jesus de Nazaré e coloca o interesse mundano e do dinheiro na cabeça dos fiéis, difundindo a ideologia materialista para ser idolatrada.
Solidariedade e otimismo na Semana Santa
Com o tema “Eu vim para servir”, a Campanha da Fraternidade é apresentada pelo padre Máximo Lombard como o momento de enfrentar os desafios pelos quais a população do Acre passou, e passa, com otimismo, solidariedade e fé.
Para Lombard, pessimismo não pode tomar o lugar da esperança, da fraternidade e dos momentos de erguer a cabeça e seguir enfrentando e vencendo os obstáculos.
“A Semana Santa é um retiro espiritual para retomarmos a caminhada, dobrarmos as forças e enfrentar nosso futuro de cabeça erguida, com mais confiança, seja diante dos problemas sociais, dos problemas de calamidade que passamos ou dos problemas políticos. Nós precisamos olhar para o futuro com mais otimismo e quando contemplamos Jesus que venceu até a morte, isso não pode ser esquecido. A Páscoa é a vitória de Jesus sobre o maior inimigo, que é a morte, pois ele ressuscitou e venceu a morte”, disse.
O padre diz, ainda, que a Páscoa é uma passagem das trevas para a luz, do desespero para a esperança, da morte para a vida. E alertou a todos que querem transformar a Páscoa na festa do chocolate e na festa do bacalhau, de que estão cometendo uma grande idiotice, pois não existe Semana do Peixe, e sim, a Semana Santa, de relembrar a vida de Jesus na terra e o sacrifício por toda a humanidade.