Servidores da Suframa paralisam serviços; produtos podem faltar na capital

 

Os funcionários da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) nos municípios de Epitaciolândia e Brasileia, na fronteira do Acre com a Bolívia, paralisaram suas atividades alegando falta das condições mínimas de trabalho, espaço e condições estruturais de serviço. A paralisação dos trabalhos poderá acarretar na falta de mercadorias nos mercados do Alto Acre e até mesmo da capital.

Suframa na fronteira do Acre estava funcionando em sala da garagem municipal de Epitaciolândia – Foto: Alexandre Lima/cedida

Suframa na fronteira do Acre estava funcionando em sala da garagem municipal de Epitaciolândia – Foto: Alexandre Lima/cedida

O chefe de operações da Suframa na região do Alto Acre, Onassis L. Amorim Cristiano, denuncia o descaso da direção-geral do órgão, que não paga nem mesmo a internet para a realização dos serviços que são interligados pela rede mundial de computadores.

“Estamos em um prédio cedido pela prefeitura de Epitaciolândia e as condições de limpeza, internet e demais estruturas são precárias para o exercício de nossos serviços. A internet, por exemplo, tem as interrupções, seja por motivo técnico ou pela falta de pagamento. Agradecemos a prefeitura por disponibilizar o prédio, mas as nossas condições de trabalho são precárias. Muitos de nós tiramos dinheiro do bolso para arcar com algumas situações aqui no prédio”, relata Amorim.

Chefe operacional da Suframa na fronteira, Onassis L. Amorim Cristiano – Foto: Alexandre Lima/cedida

Chefe operacional da Suframa na fronteira, Onassis L. Amorim Cristiano – Foto: Alexandre Lima/cedida

Segundo Onassis, o órgão não disponibiliza segurança para ajudar na realização dos serviços. Os funcionários alegam ainda que, por diversas vezes, foram desacatados quando estavam realizando os serviços de competência da Suframa.

“Trabalhamos aqui para garantir quatro serviços de isenção, e temos mesmo que fiscalizar os produtos que são comprados pela região, assim como fiscalizar os comprados pelos comerciantes locais. E precisamos de melhores salários e condições favoráveis para realizar nossos trabalhos”, explica o chefe de operações na fronteira.

Os funcionários também reclamam que o prédio do Ministério da Agricultura que foi desativado poderia servir para a realização dos serviços da Suframa, mas o local foi cedido para a Secretaria Estadual de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).

A reclamação maior é que os serviços realizados pelos funcionários, que geram cerca de R$ 500 milhões por ano na região, não estão sendo tratados com respeito quando se trata de condições de trabalho.

Caso os serviços sejam paralisados, os produtos que chegam à região podem ficar na espera de serem liberados pelos fiscais da Suframa, o que pode acabar atingindo os mercados que ficarão sem os produtos em suas prateleiras. Como alguns empresários têm comércios em outras cidades, e utilizam às isenções fiscais da região, os produtos também podem faltar em Rio Branco.

O chefe de operações também disse que há vários meses vem relatando os problemas para a superintendência do órgão em Manaus, mas não houve qualquer tipo de interesse em solucionar os  problemas.

A reportagem entrou em contato pelo nº (92) 3321-7019 com a superintendência da Suframa em Manaus, mas não conseguiu falar com os responsáveis em passar as informações sobre a os trabalhos do órgão no Acre, que seria com o Superintendente Adjunto de Operações, José Adilson Vieira de Jesus.

PUBLICIDADE