Mercado piora previsão para o PIB de 2016, mas vê alta maior ano que vem

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Os economistas do mercado financeiro pioraram sua estimativa para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, mas passaram a prever um crescimento maior da economia em 2017 com menos pressões inflacionárias no ano que vem.

As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (5), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.

Para o PIB de 2016, a previsão do mercado financeiro passou de um encolhimento de 3,16%, na semana retrasada, para um “tombo” maior, de 3,20% na última semana.

Com a previsão de um novo “encolhimento” do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.

A revisão na estimativa do mercado aconteceu após a divulgação do PIB do segundo trimestre pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que registrou contração de 0,6% na comparação com os três primeiros meses deste ano. Foi o sexto trimestre seguido de queda do PIB que, em valores correntes, chegou a R$ 1,5 trilhão.

Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras elevaram sua previsão de uma alta de 1,23% para um crescimento de 1,30%, informou o BC.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Inflação
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano ficou estável em 7,34% na semana passada. Assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA – considerado a inflação oficial do país – atingiu 0,52% em julho, ganhando força. Considerando os últimos 12 meses, o índice é de 8,74%.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação recuou de 5,14% para 5,12%, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% – fixado para 2017 – mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.

O BC tem informado que buscará “circunscrever” o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.

Taxa de juros
Após o Banco Central manter os juros estáveis em 14,25% ao ano na semana passada, o mercado financeiro manteve a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,75% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de corte dos juros neste ano.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros recuou de 11,25% para 11% ao ano – o que pressupõe uma queda maior dos juros no ano que vem.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 caiu de R$ 3,29 para R$ 3,26. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar ficou estável em R$ 3,45.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 permaneceu inalterado em US$ 50 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit ficou estável em US$ 49,8 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas continuou também em US$ 65 bilhões.

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