17 de abril de 2024

Como escolher um bom antivírus?

Computador Acer (Foto: Carolina Ochsendorf/TechTudo )

Ter um antivírus de qualidade instalado no computador, seja pago ou gratuito, é fundamental para evitar que malwares infectem a máquina e operem uma série de golpes que quase sempre causam prejuízo financeiro. Os vírus podem capturar dados bancários, bloquear arquivos ou mesmo transformar a máquina em zumbi, realizando operações remotas. Recentes casos como o ataque ransomware em escala global WannaCry aumentaram a preocupação dos usuários de Windows — principal alvo de hackers — que buscam softwares de segurança. Separamos nove dicas decisivas na hora de escolher um bom antivírus.

Conversamos com Thiago Marques, pesquisador da Kaspersky, e Aloísio Marinho, engenheiro de Vendas da Trend Micro, duas empresas de antivírus, para reunir dicas importantes na hora de escolher um para o seu computador ou celular.

 

1) Laboratório no Brasil

Cultura local é uma isca para atrair vítimas. Temas tão brasileiros como FGTS, nas mãos de analistas estrangeiros, podem passar despercebidos. Especialistas voltados para a região facilmente os detectam e colocam uma bandeira vermelha. O ideal é que a empresa não conte apenas com um escritório de vendas no país, mas com um laboratório. “Ter uma pessoa que está dentro do país ajuda a fazer esse trabalho de pesquisas por novas ameças de maneira mais fácil e rápida. Quando houve o desastre com a Chapecoense, sabíamos que haveria uma avalanche de ataques relacionado a esse assunto”, diz Marques, da Kaspersky.

Marinho, da Trend Micro, lembra que a maioria das empresas de antivírus não são brasileiras. Cabe ao usuário buscas por aquelas com representatividade técnica no Brasil. “Essas empresas mantêm pesquisadores, responsáveis por descobrirem novos vírus e ameaças além de novas formas de se protegerem, em qualquer país que seja. O cibercrime assim como o crime tradicional conta com técnicas locais, tornando difícil que alguém de fora, entenda de fato essas ameaças, afirma.

2) Pago ou Grátis?

Quase sempre antivírus grátis são o suficiente para PCs domésticos. Os pagos, porém, oferecem recursos específicos que atendem demandas de usuários exigentes como VPNs, modo compatível com jogos e outros recursos.

“Hoje, falando das proteções básicas, como scanner de arquivos e processos ou golpe de phishing, quase todas as soluções de antivírus grátis oferecem esse tipo de proteção. Para o usuário comum isso pode ser suficiente. O grande diferencial da versão paga são os modos específicos para ransomware, proxy malicioso, VPNs, carteira de senhas e etc. Vai mais do perfil do usuário e do tipo de uso do computador”, explica Marque. Servidores necessitam de outros tipos de cuidados.

3) Nome Confiável

Mais importante que o valor pago pela proteção, porém, é a confiabilidade. Escolha antivírus de empresas sempre ativas em pesquisas e por dentro de todos os assuntos de segurança, vazamentos e falhas exploradas por hackers.

“O usuário precisa escolher empresas que tenham nome no mercado, que vê sempre ativa em pesquisas e todos os assuntos de segurança. Tem até antivírus falsos que se passam por verdadeiros”, diz Marques. “É muito importante que seja realizada uma etapa de pesquisa. Pesquise sobre o fornecedor de antivírus e procure fóruns em que a empresa divulgue novidades e informações”, completa Marinho. Sendo assim, é como fazer uma pesquisa pela compra de um carro, ou outro bem importante, a marca/fabricante vai definir parte do seu valor.

4) Software Falso

Faça uma pesquisa aprofundada e vá direto ao site do fabricante. Alguns antivírus falsos, com nomes e ícones bem parecidos, tentam se aproveitar dos internautas mais leigos. “Avaliar a empresa por trás do software é até mais importante do que saber se ele é pago ou gratuito”, explica Marques. As falsas soluções são perigosas.
Marinho aponta ainda que compartilhar suas dúvidas com a comunidade é fundamental. “Sites como o virustotal.com podem também ajudar nesta tarefa. Se a empresa que você escolheu como fornecedora está á, isso é um indicador positivo”, ensina. “Além disso, o site conta com motores de antivírus. Caso, por exemplo, seja enviado um arquivo, várias empresas de antivírus irão fazer um teste de verificação para checar se é malicioso ou não”, completa. Sendo assim, as fabricantes que se oferecem a colocar motores nesses sites, estão compartilhando suas detecções e sua inteligência com a comunidade de segurança, o que mostra a disponibilidade da empresa em colaborar com informações.

5) Referência de Institutos Terceiros

Sites de instituições como o av-test (www.av-test.org), av-comparatives (av-comparatives.org), entre outros, fazem a análise de softwares antivírus de vários fabricantes e dão um panorama do nível de proteção, performance e usabilidade.

“Existem relatórios mais complexos, em que se tem acesso às informações sobre desempenho, quantidade de detecção, tipos de vacinas e etc. Verificar se a empresa escolhida está bem posicionada nos resultados e relatórios é um parâmetro importante a ser observado no momento da escolha”, avalia Marinho.

6) Tudo Atualizado

Ameaças evoluem todos os dias. Para manter-se protegido, é necessário atualizar o antivírus para novos malwares. Não adianta lutar contra o vírus de hoje com armas do passado. As ameaças evoluem paralelamente às ferramentas de segurança, agindo de novas formas. “O ransomware, até pouco tempo, não era muito popular. O boom foi recente. É necessário atualizar o antivírus para que ele possa detectar novos tipos de ameaças”, aponta Marques. Por isso, é importante, por exemplo, renovar licenças do anti-malware e suas vacinas periodicamente.

7) Sistema Operacional

Além de atualizar o antivírus, para que a camada de proteção opere em segurança, é importante que o sistema operacional da máquina também esteja 100% atualizado contra falhas e bugs com os patches oferecidos. “Muita gente usa sistema operacional pirata, totalmente desatualizado. Nessa condição, se ativar a atualização, vai perder a ativação [do sistema operacional] que foi feita”, conta Marques. Com isso, não há antivírus que opere bem em máquinas obsoletas.
“A responsabilidade do usuário é alta. O antivírus está ali para ajudar e detectar anomalias e acontece muitas vezes que as pessoas incluem códigos maliciosos na “whitelist”. Se o usuário decide executar algo que o antivírus marcou como malicioso, não há solução”, completa. Cracks de jogos e softwares são um risco.

8) Adeus, Pirataria

Recorrer a chaves de ativação falsificadas está fora de cogitação. Muitas dessas falsas ofertas são golpes. Opte, então, por uma versão gratuita e segura. Alguns blogs e sites ensinam como “crackear” e piratear os antivírus pagos, muitos deles fornecendo ferramentas que podem colocar o seu computador em risco. “Se for para utilizar um antivírus pago dessa forma, é melhor optar por um gratuito, ainda que mais limitado”, diz Marques.

É preciso que o brasileiro tenha a cultura de manter tudo atualizado e legalizado. “Não utilizar software pirata, CDs vendidos na rua, por exemplo, em camelôs, falta que o usuário tenha um comportamento mais seguro realmente”, encerra.

9) Antivírus para celular

E, se quando falamos sobre antivírus, a primeira coisa que vem à cabeça são os computadores tradicionais, como desktops e laptops, vale lembrar que smartphones e tablets — principalmente com Android — também estão na mira dos hackers. Neglicencia-los pode torna-los um vetor de vírus na sua rotina.

“Proteger os dispositivos móveis tornou-se também prioritário. Atualmente, os usuários estão renunciando cada vez mais seus desktops e laptops, utilizando os dispositivos móveis para as tarefas. Por isso, existe a necessidade de que o software escolhido possa ser implantado também em celulares”, finaliza Marinho.

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