Os 54 idosos abrigados no Lar Vicentino, em Rio Branco, vivem momentos de grande preocupação desde que o exame feito no colega morto por problemas respiratórios no sábado (11) testou positivo para coronavírus. O senhor de 82 anos foi a terceira vítima da covid-19 no estado.
O idoso sequer chegou a ser internado para tratar a enfermidade, vindo a morrer no quarto onde dormia. Suspeita-se que um funcionário assintomático que desconhecia a própria contaminação tenha levado o novo vírus para o local.
Após o resultado positivo, servidores e governo entraram em alerta máximo. Isso porque todos os idosos que vivem no abrigo são do grupo de risco da doença. As duas primeiras mortes registradas no Acre, nos dias 6 e 7 de abril, também foram de pessoas com idade avançada, acima dos 70 anos.
No Lar Vicentino, outros dois idosos, um de 65 e outro de 85 anos, dividiam o quarto com o falecido. Eles manifestaram sintomas da covid-19, como tosse e coriza, mas sem febre. Ambos foram encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito para exames e internação. Segundo o governo, os senhores passam bem.
“Eles estão apenas em processo de gripe, com tosse e coriza, mas não apresentam febre, nem dispneia [respiração alterada]. A remoção deles é mais por questão de segurança”, disse o responsável pelo abrigo, o médico Enoque Araújo. Outros três estão em situação de quarentena no próprio Lar Vicentino.
Após a descoberta de que o vírus circula pelo local, uma força-tarefa foi montada para desinfectar cada ambiente do abrigo.
“Com o auxílio do Depasa, estamos tomando todas as medidas de profilaxia, que são as ações de higiene, desinfectando todo o prédio, evitando que mais idosos, eventualmente, sejam contaminados”, afirma Advagner Prado, chefe de Serviços da Vigilância Sanitária da Sesacre.