Fonte do Palácio Rio Branco garante que o governador Gladson Cameli não descarta a possibilidade de deixar o Progressistas caso o partido insista na ideia de manter Tião Bocalom na cabeça de chapa para a pré-disputa eleitoral na capital, ignorando, assim, o apoio do chefe do Executivo à reeleição da prefeita Socorro Neri (PSB).
Se a política, por si só, não basta para entender a insistência do governador na aliança com a pessebista, recorre-se à matemática. Além de estar tecnicamente empatada com Minoru Kinpara (PSDB) na pesquisa de intenção de voto espontânea divulgada nesta semana, a gestora tem a aprovação de 85% da população da capital, segundo a mesma consulta.
Enquanto a prefeita tem 9,62% da intenções de voto, ocupando o topo do ranking (se levada em consideração a margem de erro), Bocalom mal ultrapassa os 4%.
Há, ainda, a possibilidade do progressista compor a chapa de Neri como vice, o que representaria uma possível paz selada entre o governador e os caciques do partido.
A união não desagradaria Cameli, conforme declarações dadas a jornalistas nos últimos dias, e nem a lideranças políticas mais ligadas à legenda, como o deputado estadual José Bestene, por exemplo.
Porém, não se sabe ainda se é do interesse de Socorro Neri e do PSB formar a aliança e nem se Bocalom aceitaria sair da cabeça de chapa para ser vice.
Uma provável composição entre Neri e Bocalom movimentaria as peças do tabuleiro. O progressista, atualmente, já tem sua dobradinha oficializada com Marfisa Galvão (PSD), esposa do senador Sérgio Petecão, um dos maiores entusiastas da chapa.
O parlamentar não vê com bons olhos a aproximação eleitoral do governador com a prefeita e sequer considera a possibilidade da composição Bocalom e Galvão ser desfeita, valendo-se das bênçãos que a chapa recebeu da nacional do Progressistas.
Não se descarta retaliação caso a chapa venha a ser desfeita. Diante da possibilidade, Petecão chegou a ventilar uma candidatura solo pelo PSD ou o apoio ao pré-candidato do PMDB, Roberto Duarte, o que é mais provável.
A aproximação do governador Gladson Cameli com a prefeita Socorro Neri vem desde que ambos assumiram seus postos e se fortaleceu com a crise do coronavírus, quando os gestores passaram a trabalhar em sintonia para conter o avanço da pandemia na capital e no estado.