Um dia após dizer que estava com vontade de encher de porrada a boca de um repórter, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa durante evento no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, e usou o termo “bundão” para se referir a jornalistas.
Nesta manhã, o presidente participou de uma cerimônia para defender o uso precoce da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Ao falar sobre os efeitos brandos da doença em seu organismo por, segundo ele, sempre ter sido atleta, Bolsonaro aproveitou para criticar a imprensa.
— Aquela história de atleta né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor. Só sabe fazer maldade, usar a caneta com maldade em grande parte — disse.
Bolsonaro utilizou o termo “histórico de atleta” em março, em um pronunciamento em rede nacional de televisão e rádio, ao afirmar que, se contraísse o coronavírus, não precisaria se preocupar.
— No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho — disse Bolsonaro na ocasião.
No domingo, após ser questionado sobre os depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente agrediu verbalmente o repórter do GLOBO.
— Estou com vontade de encher a tua boca na porrada, tá? — disse Bolsonaro.
No início do mês, a revista “Crusóe” mostrou que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, repassou R$ 72 mil em cheques a Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2016. Os dados foram revelados a partir da quebra do sigilo bancário do ex-assessor. Além disso, o jornal “Folha de S. Paulo” informou que Márcia Aguiar, mulher de Queiroz, repassou R$ 17 mil para Michelle em 2011. As informações foram confirmadas pelo GLOBO.