Auxiliar de produção desempregado, Kaíque Batista está processando a TV Globo e a jornalista Maria Júlia Coutinho por danos morais. Em março deste ano, ele foi absolvido do crime de racismo por falta de provas contra a apresentadora do ‘Jornal Hoje’. O processo corre desde 2015.
Na época, Kaíque acabou sendo levado por policiais militares e funcionários do Ministério Público de São Paulo para prestar depoimento no Fórum Criminal da Barra Funda e teve o seu computador apreendido.
Primeiro como suspeito e depois denunciado por falsidade ideológica, injúria, corrupção de menores na internet e associação criminosa na internet. O rapaz conseguiu responder em liberdade.
“A minha vida mudou. Eu tinha emprego há quatro anos, tinha uma casa e tinha a minha dignidade. Perdi tudo mesmo falando que era inocente e não tendo uma prova concreta contra mim. A única coisa que me envolvia na postagem de racismo foram os comentários de duas pessoas ‘O Kaíque que nos mandou vir aqui’. Eu não publiquei nada! Fui julgado, hostilizado e acusado em todas as mídias. Agora que eu fui inocentando, ninguém me procurou”, desabafa.
Kaíque pede R$ 800 mil de indenização por danos morais. “Até hoje eu sou apontado nas ruas. Adquiri síndrome do pânico e depressão. Acabaram com a minha vida e eu quero Justiça”, explica à coluna. Angelo Carbone é o advogado que defende Kaíque Batista no processo e está otimista com relação a uma vitória na Justiça.
“O juiz já ordenou a citação dos réus, mas ainda não foi realizada. É um processo só, mas eu coloco os dois, a emissora e a jornalista, na ação porque houve a tentativa de incriminar um inocente. Ele conhecia as pessoas, mas não fez nada e, na verdade, ele que teria que ter praticado o ato racial, a intenção, o dolo, para ser acusado e não foi o que aconteceu. Destruíram a vida do rapaz e é justo que o Kaíque seja reparado”, afirma Carbone com exclusividade à coluna.
Procurada, a comunicação da TV Globo responde: “Não nos manifestamos sobre assuntos sub júdice.”