Após repercussão, Bolívia suspende vacinação de brasileiros na fronteira com AC

Uma reportagem veiculada pelo ContilNet em primeira mão na quinta-feira (22) afirmou que brasileiros estavam se dirigindo a Porvenir, seção municipal da província de Nicolás Suárez, no departamento de Pando, para receber a primeira dose de vacinação contra a Covid-19.

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A reportagem foi amplamente repercutida e alguns sites chegaram a afirmar que a tratava-se de informação falsa. Não é bem assim. Nossa reportagem conversou com três pessoas – que preferiram manter suas identidades em sigilo, direito estabelecido pela Justiça – e deram detalhes sobre como aconteceu a vacinação.

Nenhuma das pessoas possui carteira internacional de identidade ou residem na Bolívia. Essa informação, atribuída ao governo boliviano, foi usada para dar como falsa a reportagem do ContilNet. Todas as entrevistadas afirmaram que, na região de fronteira – principalmente nos municípios de Epitaciolândia e Brasiléia – o fluxo de acreanos se dirigindo à localidade para tomar a vacina era grande. Ou seja: foram esses sites que espalharam uma informação falsa.

 

O barulho foi tanto que a vacinação, programada para acontecer na manhã desta sexta-feira (23), não aconteceu. Uma das nossas entrevistadas, que recebeu a primeira dose de vacinação na quinta-feira, deu detalhes sobre como conseguiu a primeira dose.

Acreana tomou a primeira dose de vacinação na quinta-feira (22)/Foto: cedida

“A vacinação estava sendo normal. Eu me vacinei com minha CNH brasileira. Não tenho identidade boliviana, moro em Brasileia. Vacinei sem problemas. Cerca de 10 ou 12 pessoas que conheço foram vacinadas. Essa vacinação, sem identidade internacional ou residência boliviana, estava sendo feita em Porvenir. Em Cobija, estavam sendo vacinados estudantes com carteira de dupla nacionalidade”, conta.

De acordo com ela, a vacinação abriu no início da semana e ela ficou sabendo por conta de uma amiga, que conseguiu a primeira dose apenas com o RG brasileiro. “Porvenir abriu na segunda-feira para qualquer pessoa. De acordo com uma amiga, ligada a governantes locais, foram os próprios [governantes] que liberaram. Os bolivianos não estão querendo tomar a vacina. Está sobrando, entre aspas. Não tinha fila [para vacinar], profissionais super educados e acolhedores, mostravam a embalagem, da Astrazeneca. Tudo muito organizado […] uma amiga minha foi apenas com RG brasileiro e vacinou. Como ela foi e conseguiu, fui também. E consegui”, detalha.

Outra entrevistada da nossa reportagem afirma que pediu para o conteúdo ser apagado, conforme você pode ver através da imagem. A terceira não quis mais falar sobre o assunto. Nossa reportagem respeita a identidade de todos que prestaram informações, mas mantém o compromisso com a verdade, reiterando que todas as informações divulgadas são verídicas.

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