Organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em parceria com a Conservação Internacional e a Aliança pela Restauração na Amazônia, o Diálogo da Restauração na Amazônia, por meio de videoconferência, contou com a participação, nesta quarta-feira (09), da liderança indígena Benki Piyãko. Ele é o líder do povo Ashaninka do Rio Amonea, terra indígena no território do município de Marechal Taumathurgo, no Alto Juruá, na fronteira com o Peru.
Chamado de webinar, o seminário virtual discutiu os aspectos fundamentais para a conservação e restauração do bioma amazônico. Benki Piyãko destacou o papel dos povos originários na preservação do planeta e alertou para impactos ambientais causados pela ação do homem.
“Nossa terra está salva graças ao grande esforço de cada um de nós, irmãos Ashaninka. Somos exemplo de que é possível, sim, ajudar o planeta, a partir do momento em que trabalhamos com consciência. A mudança do clima, o surgimento de doenças e aquecimento global são consequências da ação do homem”, disse.
O líder indígena chamou a atenção para o saber dos povos originários. “Nós somos os maiores guardiões de todo esse conhecimento da floresta e temos alertado o mundo sobre os impactos no planeta. A ignorância do homem e ganância fazem com que coisas importantes sejam desperdiçadas. Precisamos é de consciência sustentável, pois os seres humanos mantam seu próprio espírito, quando destroem o que a natureza nos oferece”, afirmou.
Benki mostrou aos demais participantes as atividades e ações sustentáveis que o povo Ashaninka desenvolve ao longo dos anos, na região, como o replantio de árvores. “A gente hoje tem dado esse pequeno exemplo, e eu carrego muito orgulho e felicidade de poder colocar na terra todo dia, pelas minhas mãos, uma planta, uma semente que fica ali marcada tanto no coração daqueles que nos escutarem quanto no coração de quem acredita que somos capazes de ajudar regenerar a Terra e cuidar”, disse, convidando às pessoas a agirem.
“Se não começarmos hoje, amanhã será mais um dia de sofrimento para nossas vidas. Precisamos cuidar de toda essa floresta que o mundo está destruindo”, acrescentou.