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Prefeito reclama que pediu 3 dias, ganhou 2 e que interior penaliza a Capital

Por LÚCIO BORGES ORTEGA - CORRESPONDENTE MS

Prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), falou sobre medidas adotadas pelo Estado para conter o avanço do coronavírus (Foto: Reprodução/TV Morena)

CAMPO GRANDE (MS) – O prefeito da Capital, Marquinhos Trad, até conseguiu que Lockdown em MS é adiado após pressão do ‘Dia dos Namorados’, mas ainda reclamou na manhã desta sexta-feira (11), que pediu três dias para organizar o cumprimento do fechamento por 15 dias, mas ‘só ganhou dois’. Bem como o chefe do executivo de Campo Grande reclamou que o interior traz a penalização á Capital. Trad ante até a crise ser iminente ou já sendo realidade, considera que a cidade está estável e não está o ‘caos’ apontado pela autoridades sanitárias estaduais.

“Houve mudanças nas decisões. Não pode mudar da noite para o dia a cor da bandeira. Sou a favor da vida, seguimos todos os decretos há 14 meses. O prefeito aqui, e o município, quer cumprir, porque eu sou a favor da ciência, acredito que estejamos na bandeira cinza, mas preciso de um prazo de pelo menos três dias. Senão vai ser um decreto para inglês ver, não vamos conseguir fiscalizar”, disse o chefe do Executivo municipal.

Trad reclama da decisão do ‘Supremo estadual’ de tirar autonomia dos municípios, como sendo muito grave ante as novas imposições do governo do Estado que, como são mais restritivas, se sobrepõem aos decretos municipais. “O Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia) sempre trouxe informações antecipadas, o que desta vez ocorreu na véspera. A atualização das bandeiras ocorre a cada 14 dias, para cada município avaliar a adesão as recomendações recebidas e ter tempo para se programar. Não foi o que ocorreu desta vez e novas decisões também vem como máxima obrigação”, avaliou.

O prefeito ratifica que ganhou dois dias para as regras entrarem em vigor, mas ainda acha que o tempo para organizar a fiscalização de decreto estadual é curto, porque terá demanda muito maior que a do toque de recolher. Bem como a cidade arca com demanda de todos os outros ou maiorria dos outros 78 municípios de MS.

“O quadro da pandemia em Campo Grande é estável, mas os municípios do interior pressionam a rede hospitalar da Capital, que não pode ser penalizada com a interrupção abrupta das atividades econômicas. Dia 8, tínhamos 340 leitos e 329 estavam ocupados, no dia 9 eram 337 ocupados, ontem, 334. A gente está num nível estável, mas um estável altíssimo, quase chegando a 100%. Mas vamos ser realistas, Campo Grande tem 122 anos, sempre esteve com 90% das UTIs ocupadas. A situação é crítica no interior. As pessoas que estão indo para fora não são da Capital”, criticou Trad.

Prefeito vai cumprir

O prefeito reclamou muito, como vemos acima, mas afirma que vai cumprir sim toda a demanda para o bem da cidade e em contribuição ao Estado, como havia já dito ontem. Ele afirma que as medidas já foram tomadas para organizar a fiscalização do fechamento da cidade. A PM (Polícia Militar) também informou que vai empenhar efetivo já reforçado nas três operações em andamento em Mato Grosso do Sul para fazer valer as medidas restritivas.

Campo Grande entrou na “bandeira cinza”, que indica risco extremo de contágio com o novo coronavírus, e terá que fechar todas as atividades não essenciais, como shoppings, bares e restaurantes.

No início da semana, a cidade havia recebido a classificação vermelha, mas o Prosseguir, criado pelo Estado para orientar municípios sobre como agir para controlar a pandemia, revisou os parâmetros durante a noite de quarta-feira e reenquadrou a Capital e outros 42 municípios, colocando 50% do MS em Lockdown.

A medida foi tomada porque todas as macrorregiões de Mato Grosso do Sul têm mais de 100% ou a muito tempo não baixam dos 95% dos leitos ocupados. O Estado está tendo de enviar pacientes para outras localidades na tentativa de salvá-los.

Na noite de ontem, porém, o governo atendeu ao pedido dos municípios e adiou em 48h o início das restrições previstas. Contudo, partir de domingo (13), todos os municípios do Estado deverão aderir às novas regras. Até então as cidades que não fossem adotar as recomendações poderiam apresentar  “justificativas técnicas” a SES para não aderir.

Assim, de 13 a 26 de junho, Campo Grande e os outros 42 municípios com bandeira cinza terão de retomar o toque de recolher a partir de 20 horas e fechar quase tudo. Há uma lista de serviços essenciais que estão liberados para funcionar, que inclui 51 atividades, dentre supermercados, transporte coletivo, bancos, lotéricas e até igrejas e academias.

Haverá ainda uma Lei Seca, com venda de bebidas alcoólicas nas 43 cidades, sendo permitida apenas no sistema delivery.  Lockdown MS com lei seca pode proibir venda até em mercados de 43 cidades

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