Levantamento feito pela Folha de São Paulo, divulgado nesta sexta-feira (02), a partir do cruzamento de dados das plataformas DataSus e Sage, do Ministério da Saúde, revelou que cerca de 26 mil pessoas em todo o Brasil tomaram vacinas Astrazeneca fora do prazo de validade. Em Mato Grosso do Sul 221 foram imunizadas com doses vencidas.
Sonora foi o município que mais vacinou com doses vencidas no Estado. Na unidade básica de saúde local, 68 pessoas receberam doses vencidas. Em Rio Verde do Mato Grosso duas unidades de saúde aplicaram vacinas de lotes vencidos. Foram 34 aplicações na unidade básica de saúde do centro e outras 2 doses na unidade de saúde Paraíso Cacerence.
Em Campo Grande 9 pessoas receberam doses da Astrazeneca vencidas. Foram 3 doses aplicadas no Hospital da Unimed, 2 no Hospital Infantil São Lucas, 2 no USF Nova Esperança, 1 na UBS do Caiçara e outra na USF do bairro Estrela Dalva.
No município de Sete Quedas 30 doses fora do prazo foram aplicadas, outras 20 em Santa Rita do Pardo e 12 em Nova Alvorada do Sul.
Além dos citados, ainda foram administradas vacinas vencidas em Três Lagoas, Dourados, Brasilândia, Amambaí, Caracol, Costa Rica, Vicentina, Paranaíba, Coxim, Jardim, Itaquiraí, Naviraí, Bataguassu, Mundo Novo, Sidrolândia, Tacuru, Ponta Porã e Inocência.
De acordo com o levantamento, todos os imunizantes expirados fazem parte dos oito lotes da AstraZeneca importados ou adquiridos por consórcio. Um deles passou da validade no dia 29 de março. O que venceu há menos tempo estava válido até 4 de junho. Foram consideradas todas as imunizações do país contra Covid-19 até 19 de junho.
Metade dos lotes foram adquiridos do Instituto Serum da Índia e a outra metade, da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde). As vacinas dos lotes observados foram distribuídas de janeiro a março pelo governo federal para todos os estados do país antes do vencimento.
Procurada para esclarecer a situação, a SES (Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul) nega que tenha aplicado vacinas fora do prazo de validade recomendado pelo fabricante.
Na justificativa a pasta informou que o sistema do SI-PNI computa a dose pela data de lançamento no sistema e não pela data de aplicação. e que alguns municípios não alimentaram o SI-PNI desde o inicio realizando o lançamento posterior, com isso ficou no sistema a data de lançamento no sistema, como se fosse a data de aplicação.
Cruzamento de dados – O DataSUS (sistema de informações do Ministério da Saúde) utilizado para fazer o levantamento identifica todas as pessoas imunizadas com um código individual, acompanhado de informações sobre idade, grupo prioritário de vacinação, data da imunização e lote da vacina recebida.
Já a data de validade de cada lote vacinal consta de outro sistema do governo federal, o Sage (Sala de Apoio à Gestão Estratégica), que registra os comprovantes de entrega dos imunizantes contra Covid-19 por estado.
Em cada um desses recibos há informações públicas sobre o número do lote vacinal, a data de validade, o fabricante e a data de entrega.
*Com informações da Folha de São Paulo