Sem concurso, Correios fixa quadro de pessoal com 100.896 vagas

Em meio ao processo de privatização e sem um novo concurso, o Correios fixou o limite do seu quadro de pessoal. Em portaria publicada nesta segunda-feira, 26, a estatal traz 100.896 vagas, sendo 100.726 do quadro permanente e 170 do quadro temporário de anistiados.

O limite definido é menor do que o de 2019, quando 102.351 vagas foram limitadas ao quadro permanente. Desta forma, a estatal passa a contar com 1.455 cargos a menos.

O número engloba tanto profissionais contratados por meio dos últimos concursos dos Correios quanto aqueles em funções comissionadas, requeridos de outros órgãos, temporários e outros.

Ainda conforme a portaria, compete à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos gerenciar o seu quadro de pessoal próprio, praticando atos de gestão para contratar ou desligar empregados, desde que observado o limite estabelecido.

Governo quer privatizar 100% dos Correios

A privatização dos Correios avançou neste mês de julho. Segundo o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, o Governo Federal pretende privatizar 100% do capital da empresa.

A informação foi dada pelo secretário ao Globo. Segundo reportagem, o governo pretende vender o controle da companhia integralmente, por meio de um leilão tradicional. O comprador levará os ativos e passivos dos Correios.

Apesar da venda total, o Projeto de Lei 591/21, do Poder Executivo, prevê a manutenção do serviço postal universal, que inclui encomendas simples, cartas e telegramas. O motivo, segundo o governo, é que a Constituição obriga a União a ter serviço postal e correio aéreo nacional.

Para que o serviço seja prestado junto à venda do controle dos Correios, o governo irá fazer uma concessão do serviço postal, regulando por meio da Agência Nacional de Comunicações (Anacom) – atualmente Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O PL que prevê a privatização dos Correios aguarda votação da Câmara dos Deputados.

Veja como foi o último concurso Correios em 2011

Sem investimentos nos últimos anos, o Correios viu sua força de trabalho diminuir. O último edital para carteiro, cargo com maior necessidade de pessoal, foi publicado em 2011.

Em 2012, os Correios pediram 13.727 vagas para o Ministério das Telecomunicações, sendo 10 mil para uma nova seleção e as demais para chamar os aprovados do ano anterior.

Já em 2016, sem essa promessa se cumprir, os Correios anunciaram cerca de 2 mil vagas. As oportunidades seriam para agente de correios, de nível médio, nas atividades de carteiro e operador de triagem.

As vagas seriam para os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal.

As remunerações eram de R$2.885,37 e de R$2.348,87, para carteiro e operador, respectivamente, já incluindo benefícios e adicionais. Os valores seriam para trabalhar de segunda a sexta-feira. Quem atuasse também aos sábados receberia R$3.017,42.

Os Correios chegaram a elaborar um projeto básico do concurso, que a Folha Dirigida teve acesso. Nele, havia a previsão dos candidatos serem avaliados por provas objetivas de:

  • Língua Portuguesa;
  • Matemática; e
  • Conhecimentos Gerais.

Além de teste de esforço físico e exame médico admissional (para os convocados). A seleção, no entanto, não saiu do papel.

Em 2017, os Correios realizaram concurso para a área de Segurança do Trabalho. O resultado final dessa seleção saiu em janeiro de 2018.

Foram oferecidas 88 vagas para os níveis médio/técnico e superior. As áreas contempladas eram Medicina, Enfermagem, Engenharia e Segurança do Trabalho.

PUBLICIDADE