O pescador Francisco da Conceição Evangelista, hoje com 53 anos de idade, é um dos profissionais mais antigos de Sena Madureira. Por influência dos pais, ele começou a trabalhar nessa atividade em 1980 quando tinha somente 12 anos de idade.
Jogando tarrafas e instalando malhadeiras nas águas do rio Purus, “Chiquim do peixe” como é mais conhecido em Sena, diz que vivenciou uma época de muita fartura. “Comecei pescar com meu irmão e minha mãe em 1980, época de abundância de peixes em nossos rios. Lembro que em única noite, a gente pegava de 20 a 30 peixes grandes. Foram anos de muita fartura”, comentou.
Por outro lado, imperava a chamada lei da oferta e da procura. “O peixe era muito barato, certamente porque tinha em grande quantidade. Naquela época, não tinha o mercado do peixe, a gente trazia para o mercadão e, na maioria das vezes, entregava todo o produto para os atravessadores”, relembrou.
Indagado se durante todos esses anos de pescaria já tinha sofrido algum naufrágio ou outro tipo de problema, ele disse que não, mas certa vez se deparou com uma situação complicada envolvendo um morador da região. “Vínhamos pelo rio Purus quando nos deparamos com uma canoa vazia e a malhadeira ao lado atada no rio. Era de um conhecido nosso. Ele caiu nas águas e nunca foi encontrado. Não sabemos as circunstâncias de seu desaparecimento”, frisou.
Atualmente, Francisco da Conceição Evangelista atua vendendo peixes no mercado municipal que fica nas proximidades da Feira Livre dos colonos.