Como Plácido de Castro, Tiradentes teve sua memória resgatada como herói; Entenda origem do feriado

Assim como a data de 6 de agosto é conhecida como revolucionária para os acreanos, o dia 21 de abril também é para todos os brasileiros, em especial os mineiros. O feriado deste dia 21 marca a morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que morreu como traidor do Brasil, mas hoje tem sua memória resgatada como herói.

Em 1792, Tiradentes foi enforcado e esquartejado pelo crime de lesa-majestade, também conhecido como traição à coroa, uma vez que a Inconfidência Mineira, revolta que Tiradentes se tornou símbolo, planejava o fim do domínio português sobre o Brasil.

O dia da morte de Tiradentes, 21 de abril, é feriado em todo o Brasil. Em 1965, no governo Castelo Branco, ele foi declarado patrono cívico da nação brasileira, com a lei nº 4.897, e durante a ditadura militar, Tiradentes era retratado com barba e cabelos compridos, com a forca no pescoço.

De acordo com a historiadora e professora da Universidade Federal do Acre, Bianca Albuquerque, assim como Plácido de Castro, Tiradentes teve sua memória resgatada como herói, pois tornou-se um símbolo para a República do Brasil, instituída em 15 de novembro de 1889. 

“Foi um personagem heroicizado. Eu diria que são pessoas que tiveram suas mortes atribuídas à atuação em prol de uma causa, tanto na Inconfidência Mineira, quanto na ‘Revolução Acreana’, são características semelhantes”, explica.

Ainda de acordo com a professora, o que diferencia as duas figuras é que no contexto de Minas Gerais, Tiradentes era um dos personagens de menor projeção social. “Diferente de Plácido, que se tornou até mesmo seringalista, mas no final também acabou sendo assassinado por disputas com chefias do poder local que se instituíram após o Acre se tornar parte integrante do Brasil”, explica.

Feriado

A execução de Tiradentes aconteceu dia 21 de abril e este dia foi escolhido para se tornar feriado nacional, o Dia de Tiradentes. O feriado foi estabelecido pela Lei Nº 10.607, de 19 de dezembro de 2002 durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

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