Jorgina de Freitas: saiba quem foi a maior fraudadora do INSS

Conhecida como a maior fraudadora contra a Previdência Social, a ex-advogada Jorgina de Freitas, que morreu na terça-feira (19/7), aos 71 anos, no Rio de Janeiro, teve seu nome amplamente divulgado em 1991. Na época, o nome dela foi envolvido em denúncias de que aposentadorias milionárias estavam sendo concedidas no estado.

Conhecida como a maior fraudadora contra a Previdência Social, a ex-advogada Jorgina de Freitas, que morreu na terça-feira (19/7), aos 71 anos, no Rio de Janeiro, teve seu nome amplamente divulgado em 1991. Na época, o nome dela foi envolvido em denúncias de que aposentadorias milionárias estavam sendo concedidas no estado.

Jorgina de Freitas, que também era ex-procuradora previdenciária, foi um dos principais alvos da investigação contra o caso que chegou a ser chamado de “Escândalo da Previdência”, com atuação de um grupo de 20 fraudadores, entre eles advogados, contadores e juízes. Eles agiam na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

Ela foi condenada em 1992 por organizar esquema de desvio de verbas de aposentadorias estimado em mais de 500 milhões de dólares, de acordo com cálculos da Procuradoria-Geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Depois, a Advocacia-Geral da União (AGU) atualizou o valor e informou que a fraude foi da ordem de aproximadamente R$ 2 bilhões.

De acordo com a condenação, Jorgina de Freitas integrava um grupo que superfaturava indenizações ou agia para concessão do benefício para pessoas já mortas. A maioria dos criminosos foi presa em julho de 1992, mas ela conseguiu sumir antes de a sentença ser proferida. Na época, ela teve condenação de 14 anos de prisão.

Fuga do país

Jorgina de Freitas ficou ainda mais conhecida por causa de sua fuga e pela capacidade de permanecer foragida por cinco anos. Ela viajou por vários países e passou por cirurgias plásticas para não ser reconhecida. Depois, foi localizada na Costa Rica, onde concedeu uma entrevista à TV Globo.

Na entrevista, ela disse nunca ter usado passaportes falsos e que apenas trocou o nome de Jorgina Fernandes para Maria Fernandes, além de negar qualquer envolvimento com a fraude contra a Previdência Social. Um médico, porém, afirmou que a ex-advogada havia feito oito plásticas para tentar mudar a aparência do rosto e não ser reconhecida.

Cela individual

Em 1998, Jorgina de Freitas foi extraditada para o Brasil. Depois de uma negociação com a Justiça, ela teve a pena reduzida de 14 anos para 12 anos. Cumpriu pena em uma cela individual no Batalhão de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar, no Rio.

Em 2001, ela perdeu o direito à prisão especial depois de ter cassado seu registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Por isso, foi transferida para uma cela com outras detentas no presídio Nelson Hungria, no Complexo Frei Caneca, também no Rio.

Saída da prisão

Em maio de 2010, foi condenada a devolver ao INSS mais de R$ 200 milhões desviados, considerando o valor convertido para reais, e teve todos os bens bloqueados e autorizados a ir a leilão. Essa condenação também se estendeu a outros fraudadores. Jorgina foi solta em junho de 2010.

Entre os bens encontrados em seu nome, Jorgina tinha um imóvel que já havia pertencido ao ex-presidente Eurico Gaspar Dutra, em Petrópolis, e dois apartamentos na orla do Leblon, na Zona Sul do Rio, um dos endereços mais valorizados do país.

Jorgina de Freitas estava internada desde dezembro de 2021, quando sofreu um acidente de carro. Ela morreu no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

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