Professora relata terror vivido por alunos durante tentativa de homicídio em escola do Acre

A professora Samara Zegarra fez um relato do momento de desespero vivido dentro da Escola Neutel Maia, na Avenida Nações Unidas, no bairro Bosque, em Rio Branco, quando a auxiliar de serviços gerais Adriana do Nascimento, de 35 anos, sofreu tentativa de homicídio na manhã desta quarta-feira (14).

Testemunhas afirmaram que Adriana estava separada do ex-companheiro, identificado por Jairo Cordeiro, e por não querer reatar o relacionamento, foi agredida por ele dentro da escola. Ela sofreu um golpe de faca no pescoço.

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A professora contou que durante a aula começou um tumulto no corredor e a mediadora de um dos alunos foi até o corredor para verificar o que se passava. “Voltou me dizendo para fechar a porta porque tinha um homem armado na escola e uma pessoa esfaqueada. O caos se instaurou na hora”, lembra.

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“Não consigo parar de pensar na questão da segurança nas escolas, de como estamos vulneráveis, e na questão que atormenta minha vida desde sempre – a dos machos escrotos que dominam esta sociedade e que acham que são os donos de nossos corpos, de nossos quereres, de nossas vidas. Que ceifam nossas vidas”, disse a professora Samara nas redes sociais.

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Confira relato na íntegra:

Hoje lá na escola vivemos um momento de desespero que jamais pensei que eu fosse viver. Durante a aula começou um tumulto no corredor e a mediadora de um de meus alunos foi até o corredor para ver. Voltou me dizendo para fechar a porta porque tinha um homem armado na escola e uma pessoa esfaqueada. O caos se instaurou na hora.

Rapidamente corremos para bloquear a porta com mesas, cadeiras e nossos corpos, eu tentava ligar para a polícia mas não estava conseguindo, algumas alunas já começaram a passar mal, foi uma loucura.

O que aconteceu foi que o ex companheiro de uma das funcionárias, um rapaz que também prestava serviços lá até pouco tempo atrás, não aceitando a separação foi lá para matá-la. Ele chegou por trás e a esfaqueou no pescoço. A agente de segurança da VIP ainda chegou a atirar contra ele, com bala de borracha, mas errou o tiro e ele fugiu pelo muro.

Rapidamente o SAMU chegou e até agora não sabemos o estado de saúde da funcionária. Tivemos vários alunos sendo socorridos com crise de ansiedade, pânico, asma… Eu tive que jogar meu nervosismo e ataque de nervos para o canto para cuidar dos meninos e só agora estou sentindo meu corpo e o quanto estou abalada.

Não consigo parar de pensar na questão da segurança nas escolas, de como estamos vulneráveis, e na questão que atormenta minha vida desde sempre – a dos machos escrotos que dominam esta sociedade e que acham que são os donos de nossos corpos, de nossos quereres, de nossas vidas. Que ceifam nossas vida.

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