Reflexões políticas, piadas e emoção: como foi a premiação do “Melhores do Ano” da Globo

Entre piadas auto-referenciais, lágrimas e reflexões políticas, o Domingão com Huck realizou neste domingo (25) o Melhores do Ano. Com aquele clima de festa da firma, a premiação consagrou nomes da TV Globo que se destacaram em 2022 na dramaturgia, no jornalismo e no humor. Os vencedores foram escolhidos após votação popular pela internet.

Assim como na premiação do ano passado, o Melhores do Ano voltou a contar com a participação do ator e humorista Paulo Vieira, que foi o responsável por fazer comentários e paródias do prêmio. Com suas tiradas ácidas e, em alguns momentos, atuando até como um ombudsman da própria emissora, Vieira se destacou no prêmio. O nome dele se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter.

Logo no começo da premiação, o humorista destilou:

— No ano de 2022 vimos Alckmin e Lula juntos. Só não foi a união mais doida do ano porque a Wanessa Camargo voltou com o Dado Dolabella.

Paulo Vieira também concorria na categoria de Humor — Troféu Paulo Gustavo, com Fábio Porchat e Tatá Werneck. Ele brincou:

— Se eu não ganhar hoje eu vou pedir voto impresso, vou para a porta de quartel. Ou vou queimar carrinho pedindo a volta do Faustão.

Como de costume, Paulo Vieira ainda alfinetou a emissora:

— A gente se preocupa tanto com o padrão Globo de qualidade, mas a Globo transmitiu a Farofa da Gkay (a festa foi exibida pelo Globoplay e pelo canal Multishow).

A categoria de humor acabou sendo vencida por Tatá Werneck, que chorou o relembrar a amizade e a importância de Paulo Gustavo para a cultura brasileira. Ela também se emocionou ao doar o troféu para Déa Lúcia, mãe de PG, que estava no palco para anunciar o prêmio.

Além da emoção, Tatá também divertiu. Ao comentar sobre sua vitória na categoria pelo segundo ano consecutivo, ela comentou:

— Ano que vem nem vai ter como ganhar porque vou estar em novela com Tony Ramos, Glória Pires e Susana Vieira. Vou ser o Fiuk da novela!

Pantanal domina

Nas categorias de dramaturgia — em especial, entre as novelas—, Pantanal predominou. A novela venceu em todas as categorias possíveis. Além de vencer na categoria Novela do Ano, o folhetim foi contemplado em Ator Coadjuvante (Osmar Prado), Atriz Codjuvante (Bella Campos), Ator (Murilo Benício) e Atriz (Isabel Texeira).

Em seu discurso, Prado ressaltou que Pantanal conseguiu levar alegria aos telespectadores em tempos difíceis:

— O nosso povo foi muito maltratado nesses últimos quatro anos. É preciso que agora, a partir de 1 º de janeiro, consigamos reconstruir esse país. Com ternura.

Já Isabel Teixeira, que interpretou Maria Bruaca na novela, ressaltou no discurso que sua personagem fez como que vários homens e mulheres se vissem na tela, olhando para si próprios.

— Essa para mim é a função maior da cultura: que através da história, a gente olhe para nós mesmos — destacou Isabel. — Dedico esse prêmio a quem se viu com essa Maria, olhou para o lado e teve coragem de dar um primeiro passo. Esse prêmio é para você que fez o mais difícil.

Sob Pressão reina entre as séries

Entre as séries, Sob Pressão voltou a vencer em sua quinta temporada. Ano passado, a atração predominou. Novamente, Júlio Andrade (Ator de Série), Marjorie Estiano (Atriz de Série) foram premiados. Sob Pressão foi contemplada em Série do Ano.

Ao subir ao palco para receber seu prêmio, Andrade tropeçou e quase caiu. Brincou que viraria “meme”.

Já o diretor Andrucha Waddington pediu mais temporadas da série. Após receber o prêmio principal da categoria, ele justificou que a atração não só traz discussões para o público, como também contribui para pensar o país.

— Sob Pressão é entretenimento, mas fala das profundezas sociais do Brasil através da medicina pública.

Emocionada ao receber o prêmio de atriz novamente, Marjorie exaltou a série:

— Sob Pressão é inspiração. Por mais que que você fique esgotado e exaurido, que a realidade seja dura, tem muita gente inspiradora, que nos dá orgulho de ser brasileiro.

Jornalismo, música e homenagens
Concorrendo com Cesar Tralli e Renata Lo Prete, William Bonner venceu na categoria jornalismo. Durante a premiação, os três discorreram sobre as hostilidades que os jornalistas receberam nos últimos anos. No começo de sua fala, Bonner citou um trecho de Como Uma Onda, de Lulu Santos: “Tudo passa, tudo sempre passará”.

— Às vezes as pessoas confundem a mensagem com o mensageiro — atestou Bonner. — Não se gosta da mensagem, e o mensageiro acaba recebendo a hostilidade. Passamos os anos recentes sendo hostilizados em público, diante dos filhos ou companheiros, na farmácia ou na padaria. Mas continuamos fazendo nosso trabalho.

Bonner ainda ponderou:

— Algumas pessoas que nos hostilizavam há dois ou três anos hoje nos aplaudem, e o contrário também é verdadeiro. Mas isso vai passar. Esse momento de aplausos efusivos vai passar. É da natureza. O importante é que o jogo continue, que tenhamos todos a possibilidade não só de manifestar agrado ou desagrado, mas que tenhamos sempre a garantia de exercer o direito do voto.

Este ano, o Melhores do Ano ainda promoveu uma categoria de Música do Ano, que foi vencida por João Gomes, com Dengo. A premiação ainda promoveu uma homenagem a Jô Soares, que morreu em agosto deste ano, que foi realizada por Fábio Porchat.

O Melhores do Ano foi encerrado com apresentação de Milton Nascimento, que cantou três músicas — sendo duas delas acompanhado de Simone. Por fim, o apresentador Luciano Huck pediu para a cantora interpretar o clássico Então É Natal, aproveitando o clima descontraído de festa de fim de ano da firma.

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