O ministro da Justiça, Flávio Dino, usou um tom crítico para comentar o documento encontrado pela Polícia Federal na casa de Anderson Torres, que ocupou o mesmo cargo no governo de Jair Bolsonaro. Ao cumprirem um mandado de busca e apreensão na residência do ex-ministro, no âmbito das apurações sobre os atos terroristas ocorridos em Brasília no último domingo, os agentes localizaram a minuta de um decreto presidencial que sugeria uma espécie de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que poderia abrir caminho para interferir no resultado das eleições do ano passado.
— Se um dia alguém me entregar um documento dessa natureza, na condição de ministro da Justiça, será preso em flagrante, porque se ‘cuida’ de uma ideia criminosa contra o Estado Democrático de Direito — afirmou Dino à “CNN” na tarde desta quinta-feira, horas depois de a notícia sobre o material apreendido vir à tona.
O documento orientava a decretação de estado de defesa no TSE, o que daria poderes a Bolsonaro para interferir na atuação da Corte eleitoral. A PF foi até a casa de Torres cumprindo uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude das suspeitas de que, na condição de secretário de Segurança do Distrito Federal — cargo que assumiu no início do ano —, ele teria se omitido para facilitar os ataques golpistas contra os três Poderes na capital. Moraes também decretou a prisão de Anderson Torres, que se encontra nos Estados Unidos e afirmou que retornará ao país para se apresentar à Justiça.
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