O caso da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, ganhou mais um desdobramento. Ela foi atingida por dois disparos durante uma perseguição na BR-317, em Capixaba, no dia 02 de dezembro do ano passado.
Na última semana, após analisar o pedido da defesa dos dois policiais presos acusados por disparar contra a enfermeira, Cleonizio Vilas Boas e Gleyson Costa, que solicitou a apreensão das armas de todos os agentes militares e dos policiais rodoviários federais envolvidos na perseguição para análise balística, o promotor do Ministério Público, Rodrigo Fontoura Carvalho, da Promotoria de Justiça de Senador Guiomard, responsável pelo caso, se julgou suspeito de analisar o pedido.
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Acontece que o promotor e um dos policiais presos, Cleonizio Vilas Boas, tiveram uma ligação há alguns anos. O policial havia trabalhado em Epitaciolândia, onde o promotor também teria exercido as funções entre 2019 a 2022, como titular da Promotoria Cumulativa do município.
“No ponto, cumpre mencionar que, no citado período, o referido investigado e este membro ministerial participaram de diversas audiências judiciais, em que Cleonizio atuava na qualidade de testemunha. Assim, em decorrência das atividades rotineiramente desempenhadas por este signatário e o citado investigado, comunico minha suspeição para atuar no feito”, diz trecho do documento assinado pelo promotor.
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Ao final, o promotor solicita que a Procuradoria-Geral do Ministério Público designe outro membro titular para atuar no processo. “A tempo, esclareça-se que, não obstante a suspeição não exija justificativa, assim foi feito em decorrência dos princípios da motivação e da transparência, a fim de que exista nenhuma dúvida sobre a atuação do Ministério Público nesta Comarca”, concluiu.