Na madrugada da última quarta-feira (14), dois detentos do Acre foram as primeiras pessoas da história a conseguir fugir de um Presídio Federal de Segurança Máxima. O caso aconteceu na Penitenciária de Mossoró (RN).
Desde então, uma semana após a fuga, as buscas por Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça seguem intensas. O Ministério da Justiça informou que cerca de 500 agentes de Segurança estão envolvidos na procura pelos dois, 24 horas por dia.
Nas investigações preliminares, os órgãos apontaram que os dois detentos começaram a fuga por volta das 3h da manhã. Eles fugiram pelo o teto das celas, arrancando uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia ligados à iluminação da cela.
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A penitenciária está passando por uma reforma. E foi justamente com uma ferramenta utilizada nas obras que os dois detentos cortaram um alambrado e fugiram no pátio do presídio.
Para descobrir quanto tempo eles levaram para retirar a luminária e abrir o buraco para a fuga, os Peritos do Instituto Nacional de Criminalística usaram equipamentos sofisticados para analisar as celas. A estimativa que é de mais de três dias.
Além disso, já está confirmado que os presos fizeram uma mistura de sabonete e papel higiênico e usaram como uma espécie de reboco para esconder os buracos nas paredes. O sabonete também foi usado para deixar o buraco mais escorregadio e facilitar a passagem deles.
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A direção da penitenciária só deu conta da fuga dos dois, duas horas depois, por volta das 05h da manhã.
Buscas pelos detentos
Já nas primeiras horas de busca, durante a madrugada, as equipes encontraram no meio do mato, zona rural de Mossoró, pegadas, peças de roupas e lençol.
Dois dias depois, a Polícia descobriu um casal que reside na zona rural de Mossoró teve a casa invadida pelos criminosos.
O local fica a 3 quilômetros da penitenciária. Eles fizeram a família refém. De acordo com o morador – um homem de 50 anos, os dois criminosos chegaram na casa por volta das 20h, simulando estarem armados. O cachorro começou a latir e o morador foi ver o que era, momento em que foi rendido pelos fugitivos.
Eles entraram na casa, jantaram, pediram para acessar redes sociais, e ficaram no local até meia-noite.
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Agora, uma semana depois da fuga, uma reportagem da Inter TV, filiada da Rede Globo, trouxe à tona os desafios que os policiais estão enfrentando nas buscas pelos acreanos.
As dificuldades se devem à vegetação e à fauna da região, que tem como bioma a Caatinga.
“Mata fechada, grutas, animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões, forte insolação, calor e a época de chuva na região são alguns dos empecilhos enfrentados pelos mais de 500 agentes envolvidos na ação de recaptura”, destaca a reportagem.
“Embora a gente possa ter árvores com 18 ou 20 metros, o normal são árvores com média de três a cinco metros de altura, e uma área embaixo muito emaranhada, muito fechada, com espinhos, com plantas que se enrolam uma nas outras e formam verdadeiras camas de gato. E como estamos no período de chuva, a mata fica bem densa, fechada”, afirma Leonardo Brasil, gestor do Parque Nacional Furna Feia, localizado há 6,5 km ao Norte do presídio.
O parque preserva uma área com mais de 8,5 mil hectares do bioma da Caatinga e ainda conta com uma zona de amortecimento que começa a 2 km do presídio, próximo à RN-015. Somada à unidade, a zona compreende 25 mil hectares, o equivalente a aproximadamente 25 mil campos de futebol.
Segundo Leonardo, embora as grutas não sejam comuns em todas as áreas de caatinga do Nordeste, são uma característica da região Oeste potiguar.
Quem são os foragidos
Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Querubin, de 35 anos. Condenado a 74 anos de prisão, responde a mais de 50 processos, entre os quais contam os crimes de homicídio e roubo. Ele é natural de Sena Madureira (AC).
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Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Seu nome está ligado a mais de 30 processos nos quais responde pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.