Defesa Civil antecipa plano de contingência prevendo estiagem severa em todo o Acre

Órgão começou as primeiras reuniões de monitoramento do nível da bacia e percebeu que as cotas registradas foram as menores dos últimos 10 anos

O Governo do Acre informou nesta sexta-feira (21) que o plano de contingência, elaborado pela Defesa Civil do Estado para enfrentar a estiagem severa, já está pronto e precisou ser antecipado.

Plano começou a ser montado logo após as enchentes deste ano/Foto: Juan Diaz/ContilNet

A Defesa Civil do Estado começou as primeiras reuniões de monitoramento do nível da bacia e percebeu que as cotas registradas foram as menores dos últimos 10 anos.

“Logo após as inundações, já começamos os trabalhos pensando em um período de estiagem mais severo, tendo em vista que a cota do Rio Acre na capital no fim de março foi a menor de toda nossa série histórica de 53 anos, então o Estado já começou a se preocupar em relação à possibilidade de uma estiagem mais severa”, disse o coordenador da Defesa Civil, coronel Carlos Batista.

Na agricultura e outros setores, Batista afirma que houve capacitação não só de agentes públicos, mas também da comunidade.

“Já focando nos impactos na agricultura, na pecuária e na piscicultura, já fizemos as primeiras reuniões voltadas para as comunidades tradicionais, principalmente para as comunidades indígenas, no sentido de buscar soluções preocupadas principalmente com a segurança alimentar dessas comunidades. Então, foram feitas várias reuniões envolvendo a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas], o Distrito de Saúde Indígena e também o Ministério Público Federal e a Defesa Civil Estadual”, informa.

A estatística do ano passado ajudou na elaboração do plano de contingência deste ano. Os dados demonstram os principais impactos e em que áreas o governo deve concentrar seus esforços. “O governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento, elaborou projetos emergenciais e foi nos principais ministérios solicitar recursos para o enfrentamento de uma possível estiagem mais severa, com danos e prejuízos semelhantes aos do ano passado em nosso estado”.

Também há medidas em relação ao abastecimento de água do Estado.  O presidente do órgão, José Bestene, destaca que as comunidades são o foco desses trabalhos. “É uma determinação do governador Gladson Cameli a expansão da rede para as comunidades mais distantes, para que esse líquido precioso possa chegar tratado nessas regiões”, enfatiza.

Situação de emergência

Na última semana, o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência  ambiental em decorrência da redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, prejuízos sociais e econômicos, e riscos de incêndios florestais em todos os municípios do estado.

O decreto elenca a série de prejuízos que o Estado deverá enfrentar com a seca extrema prevista para 2024/Foto: Juan Diaz/ContilNet

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O texto destaca que a previsão para os próximos meses é de uma tendência de redução da precipitação de chuvas, com o aumento de temperaturas e a queda do percentual da umidade relativa do ar.

O governo apresenta ainda os dados mapeados pela equipe técnica do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental, que apontam que os rios do Estado tendem a apresentar cotas mínimas inferiores às cotas baixas de alerta e alerta máximo nos próximos meses.

O decreto elenca ainda a série de prejuízos que o Estado deverá enfrentar com a seca extrema prevista para 2024. Entre elas, a dificuldade relacionada às atividades de navegação e transporte de alimentos e pessoas e isolamento.

Ainda no decreto, o governo lembra que o  Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima já declarou estado de emergência, por meio de uma portaria, publicada em 25 de abril de 2024, em virtude do risco de incêndios florestais, entre outros, no Acre, durante o período de abril a novembro de 2024.

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