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Choro, família, críticas e até Bolsonaro marcam propagandas de TV dos candidatos a prefeito de Rio Branco

Por Matheus Mello, ContilNet

O horário eleitoral gratuito na TV e no Rádio teve início nesta sexta-feira (30). Dos quatro candidatos a prefeito de Rio Branco, três tiveram tempo reservado nos veículos de comunicação.

Os dois principais nomes da disputa, Tião Bocalom (PL), que disputa a reeleição e Marcus Alexandre (MDB) tiveram praticamente a mesma estratégia. Apelaram para tentar convencer o eleitor pelo emocional. O atual prefeito chorou ao falar do filho de 12 anos, falecido em 1994 vitima de uma leucemia. Já Marcus Alexandre reuniu toda a família em um café da manhã para pedir ‘benção’ para ser candidato na disputa.

Candidatos a prefeito de Rio Branco/Foto: ContilNet

Ambas as equipes de Bocalom e Marcus merecem parabéns pela construção das campanhas. É a primeira propaganda do horário eleitoral, que segue até setembro. Quem impressionasse de primeira já ganharia a atenção do eleitor.

Melhor construído

A campanha de Bocalom foi extremamente bem construída. Começou pegando o eleitor pela emoção, em seguida apresentou números importantes dos quatro anos do primeiro mandato, as grandes obras e os mais de R$ 1 bilhão em investimentos. Bocalom usou como a cereja do bolo um vídeo ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso vai dar certo? Embora não seja certa a transferência de votos, há de se destacar que o ex-presidente teve votação recorde no Acre nas últimas eleições presidenciais. Foi um ponto chave para agradar a ala bolsonarista de Rio Branco.

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Jingle grude

O destaque maior vai pro jingle da campanha de Marcus, que gruda de um jeito na cabeça impossível de esquecer. A equipe ainda fez questão de manter o slogan do Chame Chame, marca registrada nas campanhas do ex-prefeito. Marcus também optou por evidenciar a família, que também agrada alas mais conservadoras, principal tabu dele. Ele ainda carrega ‘a nuvem negra do PT’ na cabeça.

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Spoiler

Com apenas 36 segundos de tempo, Jenilson optou por fazer críticas às gestões de Bocalom e Marcus Alexandre. O ex-deputado deu spoiler para os próximos programas de como será sua campanha. Ele deve focar na estratégia de tentar enfraquecer os dois candidatos, apontados como favoritos na disputa. Jenilson vai se apegar na narrativa de 3º via para conseguir chegar ao 2º turno. Se vai, aí já é história para outro programa de propaganda eleitoral.

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Foco nas redes sociais

Sendo o único candidato sem horário de TV e rádio, Jarude faz gracinha e voltou a ironizar toda situação que o desfavorece ou que não lhe agrada. Gravou um vídeo, postou nas redes sociais e ganhou centenas de likes. É assim que a campanha dele vai ser construída. Disparando conteúdos para a internet buscando engajar a qualquer custo. Com esse excesso de ironia, parte do eleitor pode não levar a sério a candidatura do deputado. É preciso dosar.

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Nao sei se usar a internet como a mesma tática de Bolsonaro em 2018 vai funcionar em 2022. Cada eleição é uma eleição e cada candidato é um candidato.

Quem é, de fato, o candidato do Bolsonaro?

Bocalom faz bem em dedicar um tempo de sua propaganda e dos seus discursos a Bolsonaro, afinal de contas, o ex-presidente já disse que o prefeito é seu candidato na capital. Mas Jarude também agrada o público da direita, especialmente os bolsonaristas, e se apresenta como defensor de pautas liberais. A pergunta que fica é: quem, de fato, é o candidato da direita?

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