Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9), que revelou novas medidas apresentadas pelo Gabinete de Crise do Governo do Estado para enfrentar a seca extrema no Acre, a secretária de Estado de Meio Ambiente, Julie Messias, anunciou que mais de R$ 9 milhões em multas já foram aplicadas no estado por crimes ambientais. Esse número corresponde aos meses de janeiro até setembro e deve aumentar de acordo com as infrações registradas até dezembro.
Julie Messias, secretaria de Meio Ambiente, durante coletiva/Foto: ContilNet
Se levar em consideração apenas os últimos meses, em que a seca extrema e a estiagem aumentaram no estado, o valor ultrapassa os R$ 4 milhões, ou seja, quase metade das infrações foram cometidas em razão da seca.
“Nós temos intensificado as fiscalizações com a integração do sistema de segurança com o sistema ambiental. Há todo um efetivo para combater as queimadas. Nós estamos com uma ação mais efetiva nos municípios em que foram identificados um maior número de alerta de desmatamento e queimadas”, explicou.
O presidente do IMAC, André Hassem, anunciou que as operações de repressão e fiscalização às queimadas foram intensificadas após um trabalho conjunto com órgãos federais como o Ibama e o ICMBio, que estavam em greve no estado nos últimos meses. Ele também destaca que além da autuação de multas, as equipes também fazem o registro de embargos ambientais.
André Hassem é presidente do IMAC/Foto: ContilNet
“Com isso, esses proprietários rurais que cometerem esses crimes, estarão impedidos de abrir a venda de gado, de pegar um financiamento junto as instituições bancárias, porque o sistema é todo interligado. Tudo é junção de informações”, conclui.
Focos de incêndio
Na primeira semana de setembro, o Acre já registrou mais de 750 focos de queimadas, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos primeiros sete dias, foram contabilizados 757 focos de calor.
Dados são do Inpe e revelam um aumento nos focos/Foto: Reprodução
O total representa quase 30% a mais do número registrado na mesma época ano passado, quando houve 584 focos de queimadas em sete dias.
Dentre as cidades com maior registro, Feijó ocupa o primeiro lugar, com 225 focos, seguido de Tarauacá, com 148, Cruzeiro do Sul, com 95 focos, Manoel Urbano, com 66 e Sena Madureira, com 37 focos. A capital acreana aparece com 15 focos de queimadas na primeira semana de setembro.
