A morte da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, completa um ano nesta segunda-feira, 2 de dezembro. Ela foi baleada durante uma perseguição policial na BR-317, no município de Capixaba, a 75 quilômetros de Rio Branco, e não resistiu.
A vítima, que era enfermeira e tinha três filhos, conduzia um veículo de marca Peugeot, de cor cinza escuro, com vidros escuros.
Policiais do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) – formado por integrantes da Polícia Militar e outras instituições policiais -, iniciaram uma perseguição pela BR-317, por onde a mulher empreendeu fuga. Na entrada do Ramal da Alcobrás, Jessica saiu da pista e foi atingida por disparos que saíram da viatura policial. O carro acabou entrando em um matagal na lateral da estrada.
Ao desceram da viatura para fazer a abordagem, os policiais constataram que tratava-se de uma mulher, e que estaria baleada, sangrando bastante. A equipe colocou Gessica na viatura policial e a conduziu ao hospital do município de Senador Guiomard, mas devido a gravidade do ferimento, a moça não resistiu e foi a óbito.
No veículo, foi constatado algumas marcas de perfuração por disparos de arma de fogo.
Arma foi implantada no carro e vítima não estava sob efeito de drogas, diz laudo
Em março deste ano, o laudo pericial divulgado com exclusividade pelo ContilNet apontou que a arma encontrada com a vítima no local do acidente, não tinha o seu DNA, portanto, havia sido implantada no veículo.
“A perícia comprovou que a arma foi plantada no local e que não houve confronto e que a vítima já chegou morta, o caso é de dezembro do ano passado. Foi confirmado as fraudes através de investigação conduzida pelo Ministério Público, é um caso gravíssimo”, disse a defesa dela ao ContilNet.
“A perícia confirma que Gessica nem sequer tocou na arma. Foi plantada por um homem”, continua.
O laudo aponta também que os disparos que mataram a enfermeira partiram das armas dos policiais. “Ela foi executada”, acrescentou.
Além disso, a perícia detectou que não há a presença de álcool ou drogas nas amostras colhidas. De acordo com o laudo, foi constatado apenas a presença de medicamentos antidepressivos, tese defendida pela defesa da enfermeira desde a abertura do inquérito.
PMs são indiciados por homicídio
O inquério concluído no dia 17 de junho deste ano indiciou os policiais militares Cleonizio Marques Vilas Boas e Gleyson Costa de Souza por homicídio qualificado, “por recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por motivo fútil, em suas formas consumada e tentada, além de fraude processual”.
O Ministério Público do Estado (MPAC) também denunciou os agentes – um deles por porte ilegal de arma de fogo.