O Conselho Federal de Medicina (CFM) abriu uma frente contra um produto utilizado indevidamente pela indústria da estética no Brasil. Em documento enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a entidade médica defende a proibição do uso do polimetilmetacrilato — conhecido como PMMA — em procedimentos estéticos, destacando os riscos à saúde e os efeitos colaterais graves, que vão desde reações adversas intensas até a morte.

Material de baixo custo, material deve ser aplicado em pequena quantidade/Foto: DINO
Nos últimos anos, o uso de substâncias para procedimentos estéticos, especialmente as de preenchimento, tem se tornado cada vez mais comum. Contudo, a crescente popularização de materiais não regulamentados ou de utilização inadequada tem gerado sérias preocupações aos médicos, com implicações para a saúde pública. Um exemplo disso é o PMMA, componente plástico que, apesar de ser aprovado pela Anvisa para determinados tratamentos médicos, vem sendo amplamente utilizado de forma inadequada como preenchedor estético, com consequências para muitos pacientes.
O PMMA é um tipo de plástico utilizado em várias indústrias, incluindo a de saúde. Ele oferece uma variedade de aplicações, como próteses, lentes de contato e componentes médicos. Na área de saúde, o PMMA é aprovado pela Anvisa apenas para uso reparador, sendo recomendado para tratar lipodistrofia em pacientes com HIV e para a correção de irregularidades faciais e corporais, mas sempre em pequenas quantidades e sob estrita supervisão médica.
No entanto, com o tempo, o PMMA se tornou uma opção popular no Brasil para preenchimento estético, principalmente em áreas como os glúteos e o rosto. A popularização como preenchedor estético se deu em grande parte devido ao seu baixo custo em comparação a outros materiais, como o ácido hialurônico, que também é utilizado em procedimentos de preenchimento. Apesar de ser um material de baixo custo, a falta de conhecimento adequado sobre seus riscos e a aplicação indiscriminada por profissionais não médicos resultaram em um aumento de complicações graves.
A Anvisa informou que recebeu a solicitação do CFM e que será analisada.