Dias antes de sofrer ataques durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou ao ContilNet como lida com críticas e agressões. Com tranquilidade, ela compartilhou uma reflexão profunda, citando o psicanalista Ricardo Goldenberg:
“A gente não revela aquilo que a gente é pelo que a gente diz que é. Nem pelo que o outro diz que a gente é. A gente revela realmente o que a gente é quando fala do outro”, disse a ministra.
Para Marina, ataques de natureza pessoal, motivados por preconceitos como o racismo, a misoginia e o machismo, dizem mais sobre quem os profere do que sobre quem os recebe. Ela defende que divergências políticas e ideológicas devem ocorrer com respeito, especialmente em ambientes como o Acre, onde as relações humanas são próximas e entrelaçadas.
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“Aqui a gente conhece todo mundo. Eu disse isso até para um político do meu estado: podemos divergir, mas devemos divergir de forma respeitosa. Não sei com quem meu neto vai se casar amanhã, quem será vizinho de quem. De perto, ninguém é normal”, completou Marina, citando a música de Caetano Veloso.
Mesmo diante de provocações e constrangimentos públicos — como o corte do seu microfone pelo presidente da sessão, senador Marcos Rogério (PL-RO), a fala ofensiva “ponha-se no seu lugar, além de afirmações do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou ser necessário “separar a mulher da ministra” —, Marina manteve-se firme e evitou revidar com agressividade.

Marina em entrevista ao ContilNet/Foto: Reprodução
“Para a face do ódio, o amor. Para a face da mentira, a verdade. Para a face da preguiça, o trabalho. E para a face do rancor, o perdão”, concluiu.
Marina também contou uma situação que enfrentou dentro do avião, a caminho do Acre, em que uma mulher chegou a insultá-la.
A postura da ministra gerou debates nas redes sociais e na própria cena política, dividindo opiniões tanto entre aliados do governo quanto da oposição. Reconhecida mundialmente por sua história de superação e ativismo ambiental, Marina Silva segue sendo alvo de tentativas de descredibilização, mesmo sendo uma das vozes mais relevantes nas pautas de sustentabilidade.
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