A empresária Manuela, proprietária da clínica odontológica Odonto Company, localizada no centro de Rio Branco, fez um forte desabafo nas redes sociais após ter o estabelecimento furtado duas vezes em menos de 30 dias — mesmo estando instalado em frente ao quartel da Polícia Militar.
Em um vídeo gravado ao lado da unidade policial, Manuela denunciou a insegurança pública e relatou os prejuízos sofridos. Um dos furtos ocorreu na madrugada de um feriado, quando criminosos cavaram e roubaram cerca de 80 metros de fios de cobre da clínica, causando um prejuízo estimado em R$ 10 mil.
“É revoltante. A clínica fica exatamente em frente ao quartel. Aqui do lado é o portão lateral onde entram os oficiais. Mesmo assim, os bandidos agiram com total liberdade às 3 horas da manhã”, criticou.

Um dos furtos ocorreu durante a madrugada, quando criminosos cavaram e roubaram cerca de 80 metros de fios de cobre da clínica, gerando um prejuízo estimado em R$ 10 mil / Reprodução
Segundo ela, o primeiro crime ocorreu durante o feriado da Semana Santa, quando quatro fios de cobre de 70 milímetros foram levados. “Trocaram os fios por R$ 40 e duas pedras de crack”, relatou. No segundo furto, os criminosos levaram a bomba d’água da clínica, equipamento essencial para o funcionamento do consultório.
A empresária afirmou que o entorno da clínica é constantemente ocupado por usuários de drogas, que utilizam o bebedouro externo e permanecem nas proximidades. “Eles já se sentem à vontade. É como se fossem moradores ali”, disse. Segundo ela, os criminosos não se intimidam nem mesmo com a presença de órgãos públicos nas redondezas. O prédio onde a clínica funciona também abriga um setor da Prefeitura de Rio Branco, que também quase foi alvo de furto recentemente.

Ela conta que, após os episódios, precisou investir em medidas extras de segurança/Foto: Reprodução
“Mesmo assim, os bandidos agiram com total liberdade às 3 horas da manhã”, disse Manuela / ReproduçãoManuela demonstrou frustração com a ausência de policiamento, mesmo estando ao lado de uma guarita da Polícia Militar. “Não é um prédio escondido, sem iluminação. Estamos no centro da cidade, e mesmo assim não vemos policiamento. Durante a madrugada, não passa uma única viatura”, lamentou.
O caso gerou comoção entre comerciantes e moradores da região central, que também cobram providências das autoridades. “A gente paga 25% da receita em impostos e não tem nem o básico, que é segurança. Parece que é mais fácil ser bandido do que ser honesto hoje em dia”, desabafou Manuela.
Ela conta que, após os episódios, precisou investir em medidas extras de segurança, como sensores externos, alarmes com detecção de movimento, reforço na iluminação e troca dos fios de cobre por fios de alumínio, na tentativa de minimizar prejuízos futuros. “Infelizmente, vamos ter que sacrificar conforto para garantir segurança.”
O abalo não foi apenas financeiro, mas emocional. “Tenho medo de acordar e encontrar tudo arrombado novamente. O empresário está sobrevivendo no Acre”, afirmou.
No encerramento do desabafo, Manuela fez um apelo às autoridades: “Já roubaram a Caixa Econômica, tentaram roubar o Banco do Brasil e agora a minha clínica. O Acre virou uma terra sem lei. E isso não é culpa da polícia, mas da falta de efetivo e de investimento. Do jeito que está, não dá mais.”