A cafeicultura no Acre vive um momento de forte expansão. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de café no estado cresceu 88% entre 2013 e 2022. Com esse desempenho, o Acre se consolida como o segundo maior produtor da Região Norte e ganha relevância no cenário nacional, impulsionado principalmente pelo fortalecimento da agricultura familiar e investimentos públicos estratégicos.

A produção de café no estado cresceu 88% / Foto: Reprodução
O crescimento do setor é acompanhado por um aumento expressivo na produtividade, que subiu 130% no mesmo período. Em 2022, o valor da produção cafeeira acreana chegou a R$ 31,3 milhões, mesmo com os desafios enfrentados durante a pandemia. A projeção para 2025 é ainda mais otimista: o IBGE estima que o estado deve colher 4.921 toneladas de café da espécie canéfora (robusta), o que representa um crescimento de 60% em relação à safra de 2024, que fechou com 3.079 toneladas colhidas em uma área de 1.115 hectares. Para este ano, a área cultivada deve se expandir para 1.734 hectares.
A produtividade média no estado já atinge 46 sacas por hectare, e, em casos específicos, produtores têm alcançado até 120 sacas por hectare com o uso de clones melhorados e técnicas adequadas de manejo. A produção de café no Acre está presente em 19 dos 22 municípios, sendo Acrelândia o principal polo, responsável por mais de 58% do volume estadual e pelas maiores médias de produtividade.
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Os investimentos do governo estadual têm sido fundamentais para esse avanço. Cerca de R$ 4 milhões foram destinados a ações voltadas para a melhoria da qualidade do café, como a distribuição de aproximadamente 800 mil mudas. A valorização do café acreano também tem se refletido em premiações e participação em rodadas de negócios. Em 2024, cafés do estado estiveram entre os finalistas do concurso Coffee of the Year e despertaram o interesse de compradores internacionais.
No Acre, ABDI inaugura maior complexo industrial de café da Região Norte. Foto: Ascom
Outro marco importante para o setor será a inauguração, prevista para o primeiro semestre de 2025, do maior complexo industrial de beneficiamento de café da agricultura familiar da Região Norte. A unidade, localizada em Mâncio Lima, no Vale do Juruá, recebeu um investimento superior a R$ 9 milhões e deve beneficiar 34 mil sacas já na próxima safra.
Com a saca de 60 kg de café beneficiado cotada entre R$ 1.930 e R$ 1.940, a cafeicultura se mostra uma alternativa rentável, gerando emprego, renda e desenvolvimento econômico sustentável. O Acre, com isso, se firma de vez no mapa da produção cafeeira nacional, combinando inovação, organização e potencial produtivo.