Uma frota de ônibus, adquirida recentemente pela empresa acreana Trans Acreana, segue parada em um pátio próximo à Rodoviária do Tietê, em São Paulo. Os veículos, todos no modelo leito e de dois andares, foram comprados entre o final de 2024 e o início de 2025 com o objetivo de modernizar o transporte de passageiros no Acre. No entanto, a precariedade das rodovias federais que cortam o estado tem impedido que eles sejam colocados em operação.
Uma frota de ônibus , adquirida recentemente pela empresa acreana Trans Acreana, segue parada em um pátio próximo à Rodoviária do Tietê, em São Paulo/Foto: Reprodução
O empresário Fernando Lourenço, proprietário da Trans Acreana, afirma que as atuais condições da BR-364 e da BR-317 tornam inviável o uso dos ônibus, que exigem melhor infraestrutura para trafegar com segurança. Diante da situação, ele admite que poderá vender os veículos e retomar o uso de modelos antigos, mais adequados ao cenário das estradas acreanas. “Se nada mudar, vou ter que recuar”, desabafa.
Os ônibus sequer foram levados ao Acre para vistoria da Ageac (Agência Reguladora do Estado), o que simboliza o impasse enfrentado por quem tenta investir em melhorias no transporte regional. O caso escancara a contradição entre o esforço do setor privado por inovação e a estagnação da infraestrutura pública, que acaba travando o desenvolvimento e desperdiçando investimentos milionários.